Quinze pessoas em situação análoga à escravidão foram resgatadas de um restaurante japonês na Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, elas moravam em um quarto em situação insalubre. Além disso, alimentos vencidos foram encontrados no local.
O resgate ocorreu após denúncia feita ao Ministério Público. Segundo as autoridades, os funcionários viviam amontoados em um cômodo atrás do restaurante, sem ventilação adequada. A maior parte deles veio do Nordeste com uma promessa de emprego e tinham descontos no salário referentes ao valor da passagem.
“O lugar que eles [funcionários] ficavam tinha zero de higiene e era muito pequeno. Geladeira para eles não funcionava, era servido café da manhã e ficava o dia inteiro exposto. Lugar mofado. Isso chamou bastante a atenção e um dos funcionários falou que a maioria veio do Nordeste com a promessa de trabalho com alojamento e alimentação. Mas nenhum deles estava registrado. Alguns com três, quatro meses de trabalho, outros um pouco mais, mas uma situação muito precária”, afirmou a delegada Ivalda Aleixo diretora do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa), ao “G1″.
Comida vencida
Durante vistoria, a polícia encontrou ainda produtos com data de validade vencida.
“Chamou a atenção também que eles eram orientados a reaproveitar a comida do restaurante. Quando era deixada no prato por um cliente, a comida voltava para outro. A delegada entrou em contato comigo imediatamente e disse que haveria mais coisas no local. E lá dentro do restaurante percebemos que havia peixe no chão e produto vencido. Esse produto foi dito que era usado para sobremesa. Freezer totalmente sem higiene”, ressaltou Ivalda.
Depoimentos e prisão
Os funcionários do local foram conduzidos à Delegacia Especializada, onde relataram as condições precárias em que estavam trabalhando.
A mulher que se apresentou à polícia como gerente do restaurante foi presa em flagrante por crime contra as relações de consumo e relacionado à condição análoga de escravo. Ela passou por audiência de custódia e foi liberada com restrições.
Ainda conforme a delegada, todos os órgãos foram acionados, entre eles a Vigilância Sanitária.
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