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Chacina no DF: polícia conclui que chácara avaliada em R$ 2 milhões motivou assassinato de família

Criminosos queriam terras onde vítimas moravam, além de dinheiro que elas mantinham em bancos

A Polícia Civil concluiu nesta sexta-feira (27) o inquérito sobre a chacina contra uma família no Distrito Federal. Segundo a corporação, as 10 pessoas foram mortas por causa de uma chácara, avaliada em R$ 2 milhões, onde parte do grupo morava. Além disso, os assassinos queriam dinheiro que algumas das vítimas guardavam em bancos.

A polícia acredita que os crimes ocorreram entre os dias 12 e 15 deste mês. Algumas das vítimas foram sequestradas e depois tiveram seus corpos carbonizados. Uma estava enterrada parcialmente esquartejada e o restante foi achado dentro de uma cisterna.

Veja a relação abaixo:

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  • Elizamar Silva, 39 anos: cabeleireira;
  • Thiago Gabriel Belchior, 30 anos: marido de Elizamar Silva;
  • Rafael da Silva, 6 anos: filho de Elizamar e Thiago;
  • Rafaela da Silva, 6 anos: filha de Elizamar e Thiago;
  • Gabriel da Silva, 7 anos: filho de Elizamar e Thiago;
  • Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54 anos: pai de Thiago e sogro de Elizamar;
  • Cláudia Regina Marques de Oliveira, 54 anos: ex-mulher de Marcos Antônio;
  • Renata Juliene Belchior, 52 anos: mãe de Thiago e sogra de Elizamar;
  • Gabriela Belchior, 25 anos: irmã de Thiago e cunhada de Elizamar;
  • Ana Beatriz Marques de Oliveira, 19 anos: filha de Cláudia e Marcos Antônio.

Conforme o delegado Ricardo Viana, da 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá, os criminosos presos armaram um plano para tomar a chácara, além de dinheiro das vítimas. O grupo foi formado por Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Fabrício Silva Canhedo e Carlomam dos Santos Nogueira, que estão presos. Além deles, um adolescente também participou do crime, mas foi liberado, assim como Carlos Henrique Alves da Silva, conhecido como Galego.

Segundo o delegado, a chácara em questão era onde Marcos Antônio, a esposa dele, Renata Juliene Belchior, e a filha, Gabriela Belchior, moravam, em Planaltina. Lá, o homem teria dado abrigo a Gideon, a quem ele conheceu enquanto cumpriu pena na Penitenciária da Papuda, em Brasília, e Horácio.

A investigação apontou que Gideon e Horácio, juntamente com os demais suspeitos, se uniram para tomar as terras da família. O terreno em questão não é de propriedade de Marcos Antônio e a dona atual briga na Justiça pela reintegração de posse.

O delegado detalhou que Marcos Antônio assumiu uma dívida trabalhista de um caseiro que morava na chácara e, em troca, passou a viver lá. Assim, além de levar os familiares, ele convidou os criminosos para ficar no local.

Interessados em assumir a posse das terras, os assassinos armaram o plano para matar todos os integrantes da família, assim, não ficaria nenhum herdeiro para brigar pela chácara no futuro. Além disso, os assassinos queriam R$ 200 mil obtidos por Cláudia Regina Marques de Oliveira, que é ex-mulher de Marcos Antônio, com a venda de uma casa e que estavam guardados em um banco.

Planejamento do crime

A polícia diz que o crime começou a ser planejado em 28 de dezembro do ano passado. Gideon, Horácio e Carlomam foram os principais executores do plano, sendo que Fabrício era responsável por cuidar das vítimas no período em que elas foram mantidas em cativeiro. Já Galego participou do sequestro e morte de Thiago.

Conforme a investigação, a primeira parte do crime consistiu na morte de Marcos Antônio, que foi parcialmente esquartejado e teve o corpo enterrado em uma casa. Em seguida, Renata e Gabriela foram sequestradas e mantidas reféns no mesmo imóvel, enquanto eram obrigadas a passar seus dados bancários. Nesta etapa o adolescente teve envolvimento, mas disse que desistiu de seguir com o plano após ver a crueldade a que as vítimas eram expostas. Depois disso, Renata e Gabriela foram mortas e tiveram seus corpos carbonizados.

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A segunda etapa do plano começou com o sequestro de Claudia Regina e Ana Beatriz Oliveira, que era filha de Marcos Antônio, cujos corpos foram jogados uma cisterna. Logo depois, a cabeleireira Elizamar e os três filhos dela foram atraídos, sufocados e também tiveram os corpos carbonizados dentro de um carro.

Por fim, os criminosos receberam o reforço de Galego e sequestraram Thiago, que também foi morto.

Indiciamentos

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O delegado explicou que Gideon, Horácio, Carlomam e Fabrício serão indiciados pelos seguintes crimes, cujas penas, se somadas, variam entre 190 a 340 anos de prisão:

  • ocultação/destruição de cadáver
  • extorsão mediante sequestro com resultado morte
  • homicídio qualificado (5 vezes)
  • latrocínio
  • associação criminosa qualificada
  • corrupção de menor qualificada

Já Carlos Henrique, o Galego, deve responder pelo crime de homicídio. O adolescente, por sua vez, vai responder a uma apuração por parte da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA I), na Asa Norte.

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