Acusado por agressão sexual, o jogador Daniel Alves completa nesta sexta-feira (27) uma semana na prisão. O advogado espanhol Francisco Javier Soto conversou com o “LANCE!” e detalhou os próximos passos do caso.
Segundo o defensor, a prisão preventiva de Daniel Alves pode chegar a quatro anos e, se for condenado, o tempo pode atingir 15 anos.
Soto explicou que, agora, caberá recurso da defesa pela Ordem de Prisão Preventiva comunicada e sem fiança. “Referido recurso será ouvido pelo juiz de instrução da causa que será julgada, levando em consideração os argumentos do novo advogado de defesa do atleta, do Ministério Público e da denunciante. Se as alegações da defesa forem negadas, caberá ao Tribunal Provincial de Barcelona decidir. Paralelamente, se seguirá a instrução do processo, em que tanto as partes envolvidas como o Juiz de Instrução poderão exigir diligências para encerramento do período de instrução.”
O advogado continuou: “Encerrado o período de instrução, será expedido despacho de transformação da Prova Oral, no qual o Ministério Público e a denunciante formularão suas acusações propondo os meios de prova que serão utilizados, sendo posteriormente os autos remetidos à Vara Criminal/ou ao Tribunal Provincial consoante o crime indicado seja igual ou superior a cinco anos. Recebido o processo pelo órgão julgador, o atleta apresentará defesa apresentando os meios de prova que utilizará, sendo, então, marcada a data do julgamento. Concluído o Julgamento, é proferida sentença da qual cabe recurso”, disse.
A acusação
O brasileiro é acusado por uma jovem de 23 anos por agressão sexual dentro do banheiro de uma boate em Barcelona, no último dia 30 de dezembro. A jovem declarou que estava com amigas e que elas foram convidadas a subir à zona VIP por um grupo de garotos mexicanos. Um garçom, então, as convidou para sentar na mesa de Daniel Alves e um acompanhante. Elas se recusaram no início, mas “o cliente insistiu, e o garçom destacou que se tratava de um ‘amigo’”.
Finalmente, as moças aceitaram se sentar à mesa. Depois de um tempo conversando, contou a vítima, Daniel Alves “começou a ‘fazer o bobo’ com as três, enganchando-se muito e tocando-as”. Além disso, em várias ocasiões, “pegou-lhe com força a mão e Alves e colocou-a em seu pênis”, enquanto ela tentava evitá-lo. Mais tarde, o brasileiro lhe apontou uma porta e obrigou-a a segui-lo e a entrar”.
A vítima denunciou que, já no banheiro, “Alves a obrigou a sentar-se em cima dele, a atirou ao chão, a obrigou a praticar sexo oral, a que ela resistiu ativamente, a esbofeteou, a levantou do chão e a penetrou até ejacular”.
Quando foi prestar depoimento na delegacia de Barcelona sobre a acusação de estupro, Daniel Alves negou conhecer a vítima. Porém, quando confrontado pela juíza sobre uma tatuagem íntima que ele tem entre o abdômen e a virilha, descrita pela vítima, ele confessou ter tido relações com ela, mas de forma consentida.
Pesam contra ele ainda imagens das câmeras internas da boate, que mostram que ele ficou cerca de 15 minutos no banheiro com a vítima e declarações de outra mulher que disse ter sido assediada e “tocada” nas partes íntimas pelo jogador naquela mesma noite. Os exames médicos feitos na mulher que o denunciou também confirmam o estupro.
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