Não é a primeira vez, mas a atriz Regina Duarte voltou a ser alvo de críticas na web. Dessa vez, o motivo foi uma postagem que ela fez no último fim de semana ironizando a situação dos indígenas da etnia Yanomami, que enfrentam uma crise sanitária, além de desnutrição severa e surto de malária, em Roraima. Para a artista, o problema é causado pelo que ela entende como “má alimentação”. Famosos, entre muitos outros internautas, se revoltaram com a postura da ex-secretária de Cultura do governo Bolsonaro.
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A postagem de Regina em seu perfil no Instagram mostrava a imagem de uma criança yanomami, acompanhada pelo seguinte texto: “A infância desamparada dos Ianonamis, uma gente criada à base de mandioca, feijão, verduras e peixe.”
Nos comentários da publicação, a atriz Elisa Lucinda deixou bem clara sua indignação: “Sua postagem é cruel. Onde será que foi morar a Regina amorosa que conhecíamos? Que postagem é essa?!”, questionou ela.
O ator Paulo Betti também criticou a colega: “Regina sua atitude é inexplicável! Vc é mãe, avó! Respeite a inteligência de quem lê suas postagens e te seguem! Respeite o povo Yanomami!!!”, escreveu ele.
A apresentadora Astrid Fontenelle reagiu e criticou a falta de “humanidade” de Regina Duarte: “Eu nem acreditei quando li que a senhora escreveu isso. Nem sigo mais… muita decepção. Mas dessa vez a senhora ultrapassou todos os limites, da sanidade a moralidade. É imoral, cruel demais! Não se sensibilizar com a situação dessas crianças é porque a sua humanidade foi embora da sua alma!”, lamentou.
No dia seguinte, a bolsonarista voltou a fazer postagens sobre o assunto, dessa vez uma notícia falsa sobre a origem dos indígenas alocados em Roraima, que seriam da Venezuela. No entanto, não há evidências comprovadas sobre tal afirmação.
Emergência sanitária
A situação dos Yanomamis é grave e, em 20 de janeiro, o governo federal declarou emergência sanitária em todo o território ocupado pela etnia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que visitou a região em 21 de janeiro, criou um comitê para acompanhar de perto a situação.
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Durante a visita, Lula anunciou medidas emergenciais para enfrentar a crise sanitária, entre elas o envio de médicos e enfermeiros da Força Nacional e do Sistema Único de Saúde (SUS) para reforçar o atendimento aos indígenas.
Segundo dados da Unicef, da Organização das Nações Unidas (ONU), 80% das crianças Yanomami com menos de 5 anos sofre de desnutrição crônica. Além disso, cerca de 570 crianças morreram na região por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, que teriam sido causadas por garimpo ilegal que ocorre na região.
O governo federal também anunciou medidas para controlar a atuação dos garimpeiros, entre elas uma autorização para que a Aeronáutica controle o espaço aéreo que fica sobre a Terra Indígena Yanomami.
O Ministério Público Federal investiga a crise sanitária enfrentada pelos indígenas e destacou que a crise foi agravada por omissão do governo de Jair Bolsonaro (PL), que foi alertado sobre invasões contra as terras yanomamis entre os anos de 2019 e 2022, mas não tomou nenhuma atitude.
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