O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) não concordou com o pedido de prisão preventiva da estudante de medicina da USP (Universidade de São Paulo) Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, que teria desviado R$ 937 mil do fundo de formatura.
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A jovem foi indiciada por ter cometido nove vezes o crime de apropriação indébita e concurso material. Segundo a investigação, ela usou os recursos em benefício próprio, para pagar contas pessoais, comprar produtos, fazer jogos em lotéricas e até para se consultar com uma vidente.
Para Fabiano Severiano, promotor do caso, Alícia não cumpre os requisitos que justificam a medida. “Não há nos autos nenhum elemento concreto que indique que ela, primária, esteja colocando em risco a ordem pública, dificultando a instrução processual ou que pretenda, no futuro, se furtar a aplicação da lei penal”, disse ele, segundo o “G1″.
Além disso, o promotor destacou que não vislumbra a “presença dos requisitos autorizadores da medida drástica”.
Ainda de acordo com Severiano, a estudante teria cometido crimes de estelionato, não de apropriação indébita, como consta no inquérito policial.
O MP também pediu à Justiça que o inquérito volte à delegacia que investiga o caso, já que o crime de estelionato precisa de representação das vítimas.
Consultas com videntes
Notações referentes às consultas com videntes foram encontradas em meio ao material apreendido pela Polícia Civil no apartamento da jovem na última sexta-feira (27), em cumprimento a mandados de busca e apreensão.
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A polícia investiga agora se as tais consultas foram pagas com o valor desviado do fundo de formatura da turma.
Além do caderno de anotações relativas ao crime, foram apreendidos aparelhos eletrônicos e um carro alugado.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) detalhou que “foram apreendidos celulares, um veículo VW/Nivus, um tablete, cartões bancários, diversos documentos, além de anotações de consultas com videntes e mãe de santo. O material é analisado pela autoridade policial para esclarecer os fatos”.
Empresa vai absorver prejuízo
A ÁS Formaturas prometeu não repassar aos alunos o prejuízo que teve com o desvio do dinheiro do evento. Em reunião com o Procon-SP na última segunda-feira (23), a empresa também concordou em bancar com fornecedores a mesma estrutura da festa que foi contratada.
O chefe de gabinete do Procon-SP, Guilherme Farid, disse que o contrato entre as partes foi fechado em 2019. No entanto, a pessoa jurídica que formalizou a negociação nunca foi registrada. Segundo ele, o negócio foi “mal elaborado” e fechado informalmente.
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