A defesa do jogador Daniel Alves, que está preso na Espanha após ser acusado por estupro, oficializa nesta quarta-feira (8) o recurso que pede a liberdade provisória dele. De acordo com o jornal espanhol “Sport”, o advogado Cristóbal Martell tenta convencer a Justiça de que o brasileiro pode aguardar pelo julgamento na casa em que mora, em Barcelona. No entanto, a acusação ganha força, já que o atleta mudou sua versão pela terceira vez e admitiu que houve “penetração vaginal”.
Segundo o “Sport”, o recurso da defesa já tinha sido entregue ao Ministério Público espanhol, que se posicionou contra a soltura. O advogado citou recursos como o uso de tornozeleira, ou mesmo que o brasileiro tenha que se apresentar diariamente ao Tribunal, para que ele seja solto. Agora é aguardada a resposta da juíza do caso, Anna Marín, que já disse ter “indícios suficientes” que comprovam que houve mesmo um estupro.
Daniel Alves está preso desde o dia 20 de janeiro, sem possibilidade de fiança. Ele segue em uma cela do módulo 13 do presídio Brians 2, em Barcelona, onde divide cela com um brasileiro chamado Coutinho, ex-segurança de Ronaldinho que foi condenado por estupro de vulnerável.
Mudança de versão pela 3ª vez
Daniel Alves inicialmente negou que tenha estuprado a jovem, mas depois disse a vítima fez sexo oral nele. No entanto, ele mudou a versão pela terceira vez e agora admitiu que houve “penetração vaginal”, de acordo com o site espanhol “El Tiempo”.
De acordo com o jornalista Carlos Quilez, a declaração do brasileiro muda o curso das investigações do caso, que agora precisa determinar se a penetração foi ou não consentida. A vítima, que diz querer que a justiça seja feita e descartou pedir indenização, afirma que foi sim agredida e estuprada.
Além disso, exame físico feito na jovem no mesmo dia que ela denunciou o estupro já havia comprovado a penetração vaginal, além de encontrar marcas de mordidas, arranhões e hematomas no corpo da mulher.
Acusação de estupro
O jogador brasileiro é acusado pela jovem de 23 anos por agressão sexual dentro do banheiro de uma boate em Barcelona, no último dia 30 de dezembro.
A jovem declarou que estava com amigas e que elas foram convidadas a subir à zona VIP por um grupo de garotos mexicanos. Um garçom, então, as convidou para sentar na mesa de Daniel Alves e um acompanhante. Elas se recusaram no início, mas “o cliente insistiu, e o garçom destacou que se tratava de um ‘amigo’”.
Finalmente, as moças aceitaram se sentar à mesa. Depois de um tempo conversando, contou a vítima, Daniel Alves “começou a ‘fazer o bobo’ com as três, enganchando-se muito e tocando-as”. Além disso, em várias ocasiões, “pegou-lhe com força a mão e Alves e colocou-a em seu pênis”, enquanto ela tentava evitá-lo. Mais tarde, o brasileiro lhe apontou uma porta e obrigou-a a segui-lo e a entrar”.
A vítima denunciou que, já no banheiro, “Alves a obrigou a sentar-se em cima dele, a atirou ao chão, a obrigou a praticar sexo oral, a que ela resistiu ativamente, a esbofeteou, a levantou do chão e a penetrou até ejacular”.
Quando foi prestar depoimento na delegacia de Barcelona sobre a acusação de estupro, Daniel Alves negou conhecer a vítima. Porém, quando confrontado pela juíza sobre uma tatuagem íntima que ele tem entre o abdômen e a virilha, descrita pela vítima, ele confessou ter tido relações com ela, mas de forma consentida.
Pesam contra ele ainda imagens das câmeras internas da boate, que mostram que ele ficou cerca de 15 minutos no banheiro com a vítima e declarações de outra mulher que disse ter sido assediada e “tocada” nas partes íntimas pelo jogador naquela mesma noite. Os exames médicos feitos na mulher que o denunciou também confirmam o estupro.
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