Uma pesquisa do PoderData revelou que 29% dos brasileiros - ou seja, um que cada três - são a favor da liberação do uso da maconha para adultos, enquanto 65% são contra. Outros 6% não souberam responder ao levantamento, realizado entre 29 e 31 de janeiro.
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Quem mais apoia a legalização são jovens entre 16 e 24 anos (49%), segundo os resultados obtidos. Já a faixa etária entre 45 e 59 anos é a mais conservadora, com apenas 23% de aprovação.
As regiões Sul e Sudeste, entre as cinco do País, são as duas que mais apoiam a liberação da droga, ambas com 33%.
Entre os apoiadores do governo, a maioria (51%) é contra a liberação da cannabis para adultos e 43% são favoráveis.
O cenário muda bastante entre os que declaram desaprovar a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Neste grupo, a maioria (87%) é contrária à liberação e só 11% a defendem.
Ao todo, foram coletadas 2.500 entrevistas em 288 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
Opinião política
Para além da pesquisa do PoderData, Tabata Amaral (PSB-SP), oitavo nome mais votado da Câmara Federal de 2022, chama a atenção para o tema. A “Marie Claire” trouxe sua visão da deputada sobre a maconha no Brasil.
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“O Brasil tem uma das populações carcerárias mais altas do mundo e isso se deve a muitos fatores, como o tempo de julgamento no Brasil. Alguns estudos apontam que é de 8 anos. Estamos falando de muitas pessoas que estão ali, presas de forma injusta e que não tem direito à defesa e ao julgamento. Essa discussão é complexa e é impactada também pela questão da chamada guerra às drogas. Olhando para experiências positivas de outros países, defendo a legalização da maconha”, disse.
Ela continuou: “Estudos mostram que inúmeros jovens periféricos são presos por causa do uso da maconha, muitas vezes de uma quantidade muito pequena. A gente precisa passar por uma transição, para deixar de encarar o uso – e não a comercialização ilegal – como uma questão de saúde e não de polícia e segurança. Digo isso com muita propriedade, pois perdi meu pai para as drogas”.
Segundo Tabata, tratar um dependente químico como um criminoso é apenas mais uma forma de punir a população mais pobre e negra. “É sim um debate complexo e não acho que a legalização da maconha seja suficiente ou o único caminho. Precisamos de muito mais inteligência entre os entes. Toda a discussão, ainda com muito preconceito, sobre a utilização do canabidiol mostra como estamos atrasados nesse debate”, pontuou à reportagem.
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