A Justiça de São Paulo negou um pedido da defesa do policial militar Henrique Otávio de Oliveira Velozo, que segue preso e se tornou réu por homicídio triplamente qualificado pela morte do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, para que a jogadora de vôlei Key Alves, do “BBB 23″, prestasse depoimento sobre a morte do atleta. Em conversa no reality show, ela afirmou que estava na casa de shows onde o crime ocorreu, em São Paulo, em agosto do ano passado.
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“Foi na minha frente, eu vi tudo”, disse Key em conversa com o também lutador Cara de Sapato, que conhecia Leandro Lo.
No entanto, o juiz Roberto Zanichelli, da 1ª Vara do Júri de São Paulo, negou o pedido e disse que a defesa não apresentou uma justificativa detalhada. Segundo o magistrado, foram juntadas apenas “manchetes de sites da internet, e não o vídeo com o momento da suposta frase dita pela jogadora”.
Alé, disso, o juiz destacou que já existem outras testemunhas presenciais do crime, “de modo que o depoimento de Key Alves seria desnecessário na atual fase do processo” e “geraria apenas tumulto processual”, uma vez que a jovem está confinada e não poderia comparecer em juízo.
Em nota enviada ao site G1, o advogado Cláudio Dalledone, que defende o PM, lamentou a descisão judicial e disse que vai insistir sobre o depoimento de Key Alves. “De qualquer maneira, a defesa do policial Velozo vai requerer o depoimento dela no julgamento disciplinar que o oficial da Polícia Militar está respondendo”, disse o defensor.
Logo após a fala da sister no reality show, no último dia 4, a assessoria da jogadora de vôlei afirmou que ela estava com um amigo na casa de shows, quando houve o disparo contra Leandro Lo, mas ressaltou que ela não conhecia o lutador e nem Velozo.
“Ela saiu correndo. Não tem envolvimento com Leandro e nem policial. Ela não viu policial atirando. Não viu o porquê da briga, se foi legítima defesa, se o policial sacou a arma, se o Leandro teve culpa. Ela comentou com o Sapato que viu como todo mundo”, disse a assessoria.
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Por enquanto, o PM segue preso. A primeira audiência de instrução do caso estava prevista para o dia 3 de fevereiro, mas foi adiada depois que a defesa do PM alegou que não podia comparecer na data em função de um compromisso jurídico em Curitiba, no Paraná. Assim, a sessão foi remarcada para o dia 24 de março deste ano.
Morte de Leandro Lo
Leandro Lo foi baleado na cabeça na noite do dia 6 de agosto de 2022, dentro do Clube Sírio, em Indianópolis, na Zona Sul de São Paulo. Ele foi socorrido, no entanto, no dia 7, teve a morte cerebral confirmada.
Testemunhas contaram que o lutador e o policial se envolveram em uma discussão. Lo mobilizou Veloso que, após se afastar, sacou uma arma e atirou uma vez contra a cabeça do lutador. Depois disso, o policial se aproximou, deu alguns chutes contra o rival, e fugiu.
Imagens de câmeras de segurança do Clube Sírio mostram o momento em que o lutador foi baleado. Na sequência, outro vídeo registrou quando o atleta foi socorrido.
Veja abaixo - ATENÇÃO, IMAGENS FORTES:
Nas imagens feitas dentro da casa de shows é possível ver quando as pessoas dançam na pista e, de repente, o local começa a esvaziar. Em seguida começa uma correria dos presentes em direção a saída do estabelecimento.
Por fim, o lutador já estava imobilizado em uma maca e sendo levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, onde morreu.
PM se tornou réu
O policial militar se entregou após o crime e segue detido no presídio militar Romão Gomes. Ele se tornou réu no caso por homicídio triplamente qualificado.
As qualificadoras do homicídio colocadas pelo Ministério Público, e aceitas pela Justiça, foram: por motivo torpe; com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; e à traição, de emboscada.
Após o recebimento da denúncia, no último dia 2 de setembro, a Justiça também determinou a conversão da prisão temporária para preventiva.
Na época, a defesa do PM disse que ele agiu em legítima defesa, pois teria sido cercado por seis lutadores após uma discussão, e disse que a denúncia do MP não tem fundamento.
“As qualificadoras são descabidas e tudo isso ficará firmemente provado no momento em que o processo for devidamente instaurado. A conclusão do inquérito policial se deu de forma açodada, uma vez que sequer aguardou-se a produção do laudo da reprodução simulada dos fatos que, entre outras coisas, apresentou inúmeras contradições com os depoimentos das testemunhas”, disse o advogado Cláudio Dalledone.
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