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Ex-motorista denuncia que Thiago Brennand agredia e dava choques no próprio filho: ‘Cara desumano’

Empresário, que responde por agredir modelo em academia e crimes sexuais, segue no exterior

Um ex-motorista do empresário Thiago Brennand, que já virou réu por crimes sexuais, lesão corporal, tortura e cárcere privado, diz que ele também agredia o próprio filho e até chegou a usar uma máquina para dar choques no garoto. A denúncia foi feita ao programa “Fantástico”, da TV Globo.

“Thiago Brennand, para mim, é um cara desumano. Ele fazia muito mal com as pessoas”, destacou o ex-motorista, que não foi identificado.

Conforme o relato dele, a violência contra o menino, atualmente com 17 anos, ocorreu quando ele tinha entre 5 e 6 anos. “Teve uma época que eu tive que esconder uma máquina de choque porque ele batia no menino. Pegava o choque, ficava dando nele”, disse o ex-funcionário, que não foi identificado.

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Mas as agressões não paravam por aí. “Tudo que não agradava o pai, o pai agredia ele. Várias agressões, muitas, dar porrada, cotovelada”, disse o ex-funcionário, que foi questionado se presenciou algumas das situações. “Na minha frente, várias vezes. Ele se irritava, do nada. Se o menino não comesse o macarrão que ele queria, ele batia no menino”, lembrou.

O adolescente é o único filho de Brennand, que se separou da mãe dele quando ainda tinha pouco mais de dois anos. A família vivia em Pernambuco e, depois do rompimento, o garoto passou a morar com o pai. Segundo o “Fantástico”, a mãe tentou por várias vezes obter a guarda na Justiça, mas nunca conseguiu.

O ex-motorista prestou depoimento ao Ministério Público de São Paulo como testemunha. Ele contou, ainda, que o empresário chegou a ameaçar estuprar a filha dele.

Ainda conforme a reportagem, as autoridades já investigam as denúncias de agressão do empresário contra o próprio filho. A defesa de Brennand não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação da reportagem.

Empresário segue no exterior

Thiago Brennand foi considerado foragido pelas autoridades brasileiras e acabou preso pela Interpol, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, em outubro do ano passado, mas pagou fiança e foi solto. Em novembro, a embaixada brasileira em Abu Dhabi formalizou às autoridades locais o pedido de extradição, mas ele segue no exterior até agora.

O Itamaraty destacou, em nota, que o assunto da extradição “está sendo tratado pela embaixada brasileira em Abu Dhabi com as autoridades emiráticas competentes”. Ainda segundo o órgão, “mais documentos foram enviados em dezembro, mas até agora, o país árabe não se manifestou”.

O Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência do Ministério Público de São Paulo (Navv) disse que segue apurando as denúncias que surgiram contra o empresário nos últimos seis meses.

Agressão contra modelo e crimes sexuais

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Thiago Brennand ficou conhecido após agredir a modelo Helena Gomes em uma academia de luxo, em São Paulo. Em entrevista ao “Universa”, do UOL, ela contou que frequentava o estabelecimento há três meses e que o empresário começou a puxar papo, dizendo que alguém falava mal dela, e logo a chamou para sair.

Com a negativa por parte da modelo, ele passou a tratá-la de forma agressiva e partiu para cima da mulher, quando bateu com as duas mãos contra o tórax da modelo. “Eu fui para cima também, ele falou: ‘Eu vou cuspir em você, porque você merece’. E cuspiu em mim”, disse Helena.

A modelo relatou, ainda, que um filho do empresário também estava no local e também passou a xingá-la, ameaçando quem se aproximasse dela para tentar ajudar.

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Depois da confusão, Helena acionou a Polícia Militar, mas diz que Brennand e o filho deixaram a academia antes da chegada dos agentes. Ela procurou a Polícia Civil, registrou um boletim de ocorrência e o caso passou a ser investigado.

Depois da exposição do caso da modelo, ele foi denunciado por várias outras vítimas por crimes sexuais, lesão corporal, tortura e cárcere privado.

Em dezembro passado, enquanto ele já aguardava a extradição ao Brasil, o empresário ele passou a ser investigado em dois inquéritos por denunciação caluniosa e perseguição cometidos conta uma mulher e seu noivo.

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Além disso, no último dia 4 de novembro, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) acatou uma denúncia do Ministério Público contra o empresário por estupro contra uma norte-americana. O réu também teve a prisão preventiva decretada em relação a este caso.

Mas as denúncias contra ele não pararam por aí. Uma das mais recentes envolve a estudante de medicina Stefanie Cohen, de 30 anos. Ela afirma ter sido dopada e estuprada pelo empresário e revelou que o homem ameaçou divulgar um vídeo íntimo, que teria sido gravado por ele na ocasião da violência sexual, caso ela o denunciasse. Traumatizada, ela passou um ano sem ter coragem de falar sobre o caso.

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No dia 10 de outubro do ano passado, o empresário havia divulgado vídeos nas redes sociais, nos quais negou todas as acusações contra ele. “Estou tranquilo onde estou. Não estou fugindo. Prisão ilegal? Quem vai se submeter a um Estado de exceção”, disse ele em um vídeo publicado no YouTube, sem especificar sua localização.

Brennand destacou que todas as acusações são fruto de uma conspiração contra ele. “Vocês mexeram com a pessoa errada (...) Vocês morrem de inveja. Branco, heterossexual inegociável. Armamentista, óbvio. Conservador, sempre”, disse o empresário.

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