A mãe do brasileiro Alan Lopes, de 21 anos, que foi morto em Amsterdã, na Holanda, nega que o rapaz fosse um “canibal”, como sugeriu o mineiro Begoleã Fernandes, de 26 anos, preso acusado pelo crime. Em áudios, o suspeito confessou a morte do amigo, mas diz que decidiu agir em legítima defesa, já que ele planejava comê-lo.
ANÚNCIO
Em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, Antônia dos Anjos Lima disse acreditar que Begoleã tenha tido alucinações que o levaram a matar Alan. “Deve ter tido alucinações para ter feito isso com o meu filho”, disse ela.
Antônia contou que Alan e Begoleã se conheciam há mais ou menos três anos e, sempre que o amigo precisava, seu filho o acolhia em seu apartamento. Por conta dessa proximidade, a mulher se disse ainda mais “perplexa” com a alegação de que seu filho seria um canibal.
Kamila dos Anjos Lopes, irmã de Alan, também disse que não entende o que levou Begoleã a cometer o crime. “Ele pode ter tido um estado psicótico, alguma coisa ele imaginou e passou a acreditar naquilo, e foi onde tudo começou”, ressaltou a jovem.
Prisão
Begoleã foi detido quando estava no aeroporto de Lisboa, em Portugal, no último dia 27. De acordo com a imprensa portuguesa, ele mandou um áudio a um amigo para pedir dinheiro para sair da Holanda, onde morava. Ele contou ter sido convidado para um churrasco na casa de Alan, mas que, por suspeitar do brasileiro, levou uma faca e agiu.
“Ele pegou um marroquino, decepou o cara dentro do açougue, mano, igual a um porco. Ele me mostrou o vídeo. Ele me chamou lá na casa dele para eu comer um pedaço da carne do cara. Aí, na hora que ele tentou me pegar, mano, eu estava com uma faca. Eu fui reagir e passei ele, tá ligado?”, disse Begoleã na mensagem.
Ao ser preso, Begoleã teria dito aos agentes do Serviço de Emigração e Fronteiras de Portugal que Alan, para quem ele devia dinheiro, tentou cobrar a dívida antes do crime. Mesmo assim, ele ressaltou que a motivação do homicídio foi o temor de ser vítima de canibalismo por parte do amigo.
ANÚNCIO
A irmã confirmou que Alan trabalhava em um açougue, mas negou que ele matasse pessoas lá. “A perícia está aí para isso. Do jeito que ele entrava, ele saía. Era o chefe recebendo e trancando a loja”, disse Kamila.
Pais de Begoleã também foram ouvidos pelo “Fantástico” e disseram que o filho enviou a eles uma mensagem confessando o crime, quando eles o orientaram a fugir para o Brasil.
Investigação
O brasileiro foi preso em Lisboa ao chegar de um voo vindo da Holanda. Ele iria embarcar para o Brasil, mas foi detido com um documento italiano falso.
Mais tarde, as autoridades descobriram que havia um mandado de prisão em seu nome emitido na Holanda. Na sua bagagem, foi encontrada uma embalagem de plástico contendo carne humana.
Segundo o jornal português “Correio de Manhã”, a carne foi analisada no IML (Instituto de Medicina Legal) de Lisboa, mas ficou comprovado que a amostra investigada não pertence a Alan, que também foi encontrado com seu corpo completo.
O caso segue em investigação, tanto pelas autoridades portuguesas, quanto holandesas. Em Amsterdã, a polícia descreveu Begoleã como “perigoso, psicótico e com treino de artes marciais”.
LEIA TAMBÉM: