A Polícia Civil investiga a morte da menina Quênia Gabriela Oliveira Matos de Lima, de 2 anos, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. De acordo com a corporação, a criança foi vítima de tortura e uma sequência de maus-tratos. Um laudo médico apontou que ela apresentava 59 lesões pelo corpo. O pai da menina e a madrasta foram presos suspeitos pelos crimes.
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A morte de Quênia foi constatada no último dia 9, quando o pai dela, Marcos Vinicius Lino de Lima, e a madrasta, Patricia André Ribeiro, a levaram até a Clínica da Família Hans Jurgen Fernando Dohmann, em Guaratiba. Eles chegaram dizendo que a menina não estava respirando e pediam socorro.
A médica Ana Cláudia Regert examinou a criança e constatou, no entanto, que a menina já estava em rigidez cadavérica, o que indicava que ela já estava morta há algum tempo. Ela também observou várias lesões pelo corpo da criança e acionou a polícia.
O corpo de Quênia passou por uma perícia, que constatou que ela tinha 59 lesões por todo o corpo, principalmente no rosto e no abdômen, além de sinais de abuso sexual. Os hematomas, novos e antigos, revelaram uma rotina de agressão física “severa” e maus-tratos.
Assim, no dia 10, o pai e a madrasta foram presos acusados pela morte e tortura da menina. No dia seguinte, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro converteu a prisão de ambos em preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
A defesa do casal pediu que eles fossem mantidos em prisão domiciliar, mas a juíza Daniele Lima Pires Barbosa negou e apontou que o “crime é de extrema gravidade, em que os custodiados, mediante crueldade e sucessivas torturas, mataram [a criança]”. A magistrada ressaltou, ainda, que a liberdade é “mais nociva do que benéfica”, já que eles têm outro filho menor de idade.
O caso segue em investigação pela Polícia Civil. O pai e a madrasta devem responder pelo crime de homicídio qualificado pela tortura e idade da criança.
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Mãe soube da morte pela TV
Mãe de Quênia, a vendedora Izabela de Oliveira Matos, de 27 anos, disse em depoimento à polícia que soube da morte da filha por uma reportagem na televisão. Ela disse que não tinha contato com a menina há um ano, pois o pai não a deixava se aproximar e não passava informações.
Izabela contou que deixou a filha sob os cuidados de Marcos, com quem ela conviveu por cerca de 4 meses, por sofrer de depressão e por enfrentar problemas financeiros. Mesmo sem ter notícias sobre a filha, ela acreditava que a menina estava sendo bem tratada, já que o pai “sempre foi atencioso”.
Sobre a madrasta, Izabela disse que acredita que ela impedia o pai de passar informações sobre a menina, já que tinha ciúmes da aproximação da mulher com o ex-companheiro.
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