O artista Vinicius Eduardo Santos Saavedra, de 23 anos, que foi preso suspeito de matar a facadas o fotógrafo Felipe Ary de Souza, de 25, conhecido como “Terremoto”, durante uma briga, no Centro de São Paulo, vai responder ao caso em liberdade. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o rapaz foi detido e interrogado mas, como alega legítima defesa, acabou solto.
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O delegado Alexandre Dias, responsável pelas investigações, destacou que Vinicius apresentava alguns ferimentos compatíveis com defesa. “A gente entende que ele agiu em legítima defesa e esta os aguardando os laudos periciais. Ele já foi indiciado pelos fatos. Não há necessidade, nesse momento, da sua segregação [prisão]”, disse ao site G1.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o artista confessou ter matado o rival, mas alegou que foi legítima defesa (veja abaixo). A motivação, segundo ele, teria sido o fato de “Terremoto” ter paquerado sua namorada, uma inglesa de 23 anos.
“Eu matei sim o moleque. Eu só defendi minha casa e minha mulher (...) Eu fui furado também, dentro da minha própria casa. Foi legítima defesa, o cara tentou me matar na minha própria casa”, disse Vinicius na publicação, que depois foi apagada, mas segue circulando em outros perfis nas redes sociais.
A namorada do artista esteve na delegacia e confirmou a versão do namorado de que foi “cantada” pelo fotógrafo e que isso motivou toda a confusão. Após o depoimento, ela foi liberada.
A morte
O crime ocorreu no último dia 8, em um prédio na Avenida Ipiranga. Conforme o boletim de ocorrência, o artista estava acompanhado da namorada e de outros amigos, incluindo o fotógrafo, quando eles faziam o consumo de bebidas alcóolicas e entorpecentes. Em um determinado momento, houve uma discussão e Vinicius acabou matando “Terremoto” a facadas.
O fotógrafo chegou a ser levado para a Santa Casa de Misericórdia, mas teve a morte confirmada logo após dar entrada na unidade. O autor também sofreu cortes na mão e na região da barriga e precisou de atendimento médico. Ele ficou internado por dois dias no mesmo hospital e, quando teve alta, no domingo (12), foi preso pela Polícia Militar. Depois de ser ouvido na delegacia, foi solto.
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A defesa do artista não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem. Já a família do fotógrafo contratou a advogada Maira Pinheiro para acompanhar as investigações.
Quem era o fotógrafo?
O fotógrafo “Terremoto” atuava como colaborador do coletivo Jornalistas Livres, que produz conteúdo jornalístico nas redes sociais. “Que sua luta, sua força e sua presença nos incentive a construir um país onde não seja necessário chorar a perda de filhos e amigos. Agradecemos por tudo que fez, mas também pelo abalo que era. Voa, Terremoto!”, destacou o grupo no Twitter.
Felipe também costumava postar suas fotos em seu Instagram pessoal, onde era seguido por quase 2 mil pessoas. O corpo dele foi velado e enterrado no sábado (11) no Cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte da capital.
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