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‘Pedrinho Matador’ trabalhou como jardineiro de escola: “Era respeitado e querido”, lembra diretora

Serial killer foi assassinado em Mogi das Cruzes, na Grande SP, no último dia 5; ninguém foi preso

Ele morreu no último dia 5
'Pedrinho Matador' trabalhou em escola como jardineiro após deixar presídio, em Mogi das Cruzes (Reprodução/RecordTV)

Pedro Rodrigues Filho, de 68 anos, conhecido como “Pedrinho Matador”, que foi morto enquanto estava na frente da casa de parentes em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, trabalhou em uma escola da cidade como jardineiro depois que cumpriu suas penas. Ele foi admitido após um pedido da família, como forma de ressocialização. O homem prestou serviços por três anos, quando decidiu se mudar para o litoral paulista.

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Diretora da Escola Estadual Francisco de Souza Mello na época, Maria Zelinda Rodolfo contou em entrevista ao jornal “O Diário de Mogi” como era o trabalho executado pelo serial killer.

“Trabalhava sábado e domingo, e o chão do jardim era um espelho, não tinha um papel de bala, nada. Teve uma época, que ficava com a chave porque era o primeiro a chegar para cuidar dos canteiros e flores”, contou Maria.

A diretora destacou que, com o passar do tempo, a função também se estendeu a dias da semana, quando Pedrinho passou a ter mais contato com a comunidade escolar. “Quando havia briga, ele não deixava continuar, dava conselhos, era respeitado e querido”, disse a ex-diretora.

Maria Zelinda, que esteve no velório e enterro do homem no Cemitério São Salvador, em Mogi das Cruzes, lamentou a forma como ele foi assassinado, pois, segundo ela, depois de cumprir suas penas, ele estava “de boa, envelhecendo”.

Sobre as mais de cem mortes que ele dizia ter cometido, a ex-diretora acredita que boa parte dessa conta era exagerada. “Ele dizia que se arrependeu e que nunca matou gente boa”, recorda ela.

Após ser solto, ele passou a comentar crimes no YouTube
'Pedrinho Matador' dizia que matou mais de cem pessoas, mas tentou mudar sua imagem após cumprir penas (Reprodução)

Morte de Pedrinho

“Pedrinho Matador” foi morto na manhã do último domingo (5), quando foi baleado e teve o pescoço cortado. Conforme o boletim de ocorrência, o homem foi achado morto por volta das 10h na Rua José Rodrigues da Costa, no bairro Ponte Grande, em Mogi das Cruzes.

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Ele estava na frente da casa de parentes e segurava uma criança no colo, quando um carro preto se aproximou. Dois homens armados e mascarados desceram e mandaram uma mulher pegar a menina e entrar na casa.

Depois disso, os criminosos efetuaram vários tiros contra Pedrinho e um deles mascarado como “Coringa”, usando uma faca de cozinha, cortou a garganta do homem.

A Polícia Militar foi acionada e, no local, os agentes já encontraram Pedrinho sem vida. Durante buscas, o carro preto usado pelos assassinos foi encontrado abandonado na Estrada da Cruz do Século. Os suspeitos, no entanto, não foram localizados. Até a manhã desta terça-feira (14), eles ainda não tinham sido identificados e presos.

O veículo foi apreendido para a perícia, assim como o celular de Pedrinho, que será analisado para descobrir se há alguma mensagem que leve a autoria do crime.

O caso foi registrado no Setor de Homicídios de Mogi das Cruzes, como homicídio qualificado, e segue sendo investigado.

Pressentia a morte

Melhor amigo de “Pedrinho Matador”, Pablo disse, em entrevista ao programa “Cidade Alerta”, da RecordTV, que o homem nunca mais tinha cometido crimes após cumprir suas penas, mas sabia que tinha muitos desafetos. “Ele já era uma pessoa resolvida, tipo assim, ele dizia: ‘eu sei o que eu fiz, minha hora vai chegar’”, contou Pablo.

O amigo disse, ainda, que Pedrinho era muito reservado, mas desconfiava que ele estava sendo ameaçado e que, por isso, teria deixado a casa em que morava, em Itanhaém, no litoral paulista, para visitar os parentes em Mogi das Cruzes. Para Pablo, o serial killer pressentia que poderia ser morto a qualquer momento.

“Acredito que ele pressentia sim. No último vídeo que gravou [assista abaixo], ele comenta que tinha uma situação para resolver. Mas o Pedro era muito sereno, não comentava as coisas com ninguém”, destacou Pablo.

O amigo contou que os dois se aproximaram há alguns anos, quando se conheceram em Mogi das Cruzes. Eles passaram a morar juntos e, segundo Pablo, Pedrinho sempre andou na linha depois que terminou de cumprir suas penas e foi solto. Para ele, o homem estava mudado e disposto a seguir com seu trabalho como youtuber, mostrando que a vida de matador ficou para trás.

“Ele queria comprar um sítio ou uma casa para viver, a intenção era essa”, revelou Pablo.

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