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VÍDEO: Universitárias debocham de colega por ter mais de 40 anos; mulher é acolhida e desabafa: ‘Não vou desistir’

Após imagem viralizar e gerar repercussão negativa, jovens alegaram ‘brincadeira de mau gosto’

Caso gerou indignação
Universitárias debocham de colega de sala por ter mais de 40 anos e viralizam na web (Reprodução/Redes sociais)

Um vídeo que viralizou nas redes sociais e gerou muita indignação mostra três universitárias debochando de uma colega de sala por ter mais de 40 anos, em Bauru, no interior de São Paulo. Nas imagens elas dão risada e dizem que a mulher deveria “estar aposentada”. Alvo das chacotas, Patrícia Linares, que completa 45 anos nesta terça-feira (14), foi acolhida pelos demais estudantes e disse que “não vai desistir” do sonho de cursar biomedicina.

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Nas imagens, as estudantes Bárbara Calixto, Beatriz Pontes e Giovana Cassalatti, que são colegas de turma de Patrícia na Unisagrado, ironizaram a idade da mulher. “Gente, quiz do dia: como ‘desmatricula’ um colega de sala?”. Logo depois, outra responde: “Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada”. “Realmente”, concorda a terceira.

Em seguida, a estudante que gravava o vídeo disse: “Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade. Eu tenho essa opinião”. Elas chegam a dizer que a mulher “não sabe o que é Google” e acha que é a professora.

As imagens foram postadas nas redes sociais e logo começaram a repercutir por conta do etarismo praticado. Patrícia contou que não tinha visto e que estava na sala de aula quando soube que tinha um vídeo de pessoas falando mal dela circulando na internet.

“Uma colega veio me dizer que fizeram um vídeo caçoando da minha idade, e aí ela me mostrou o vídeo. Como eu estava com muito medo do trabalho, até porque é algo novo para mim, eu comecei a chorar”, contou a mulher ao site G1.

Uma sobrinha de Patrícia fez uma postagem nas redes sociais destacando as falas cruéis das estudantes e ressaltando que a tia sempre foi batalhadora e que só agora, depois dos 40 anos, teve a oportunidade de realizar o sonho de cursar biomedicina. Ela teve uma onda de apoio, que também refletiu na própria turma. Na sexta-feira (10), os colegas se reuniram e fizeram uma homenagem à colega.

“Eu estou estarrecida com essa corrente de amor que eu tenho recebido. A gente vê muitos relatos na internet de pessoas que sofrem preconceito, mas eu não sabia que tinha tanta gente bacana, que também já passou por esse tipo de coisa. Eu chorei, mas eu tenho pessoas que cuidam muito de mim”, conta.

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Caso aconteceu em Bauru, no interior de SP
Patrícia Linhares (a terceira em pé da esquerda para direita) recebeu homenagem de colegas após ser alvo de etarismo (Reprodução/Instagram)

‘Não vou desistir’

Patrícia contou que, mesmo com o preconceito sofrido, não vai desistir de concluir seus estudos. Segundo ela, que era dona de uma loja por 11 anos, mas que foi fechada durante a pandemia, essa é a hora para que ela buscasse a graduação.

“O meu esposo me disse: ‘se você tem o desejo de estudar, a gente vai fazer o possível pra você estudar, pra ter uma nova profissão’. Fechar a loja me abalou demais. Então eu tinha que vivenciar outras coisas. Todo mundo se reuniu pra me ajudar e comecei esse ano a graduação”, relatou ela.

“Não tem essa opção desistir. Nem quando eu era vendedora, nunca desisti das minhas clientes, eu nunca desisti da minha vida. E muito menos pelo meu sonho”, concluiu ela.

‘Brincadeira de mau gosto’

Ao site G1, a estudante Bárbara Calixto disse que o vídeo foi uma “brincadeira de mau gosto” e que ela e as outras duas estudantes “estão arrependidas”. A jovem disse que postou a imagem no “close friends” do seu Instagram e nunca imaginou que teria uma repercussão tão grande.

“Nunca foi na intenção de dizer que pessoas de mais idade não podem adquirir uma graduação, pois não tenho esse pensamento. Foi uma fala imprudente e infeliz que tomou uma proporção que não imaginávamos”, disse ela.

Após a repercussão do caso, a Unisagrado publicou uma nota nas redes sociais destacando que não compactua com qualquer tipo de discriminação e que acredita que “todos devem ter acesso à educação de qualidade, desde pequenos até quando cada um quiser, porque educação é isso: autonomia”.

A publicação também diz que “as oportunidades não são iguais para todo mundo em todos os momentos da vida. Sabemos, por exemplo, que os pais, muitas vezes, abrem mão da sua formação para oferecer as melhores oportunidades para seus filhos e, somente depois, optam por se profissionalizarem”.

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