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Procurador que espancou chefe tem esquizofrenia paranoide, diz laudo; ele segue internado em clínica

Demétrius Oliveira Macedo, de 35 anos, foi internado após apresentar quadro de comportamento narcisista

O procurador Demétrius Oliveira Macedo, que agrediu a chefe Gabriela Samadello Monteiro de Barros durante expediente na Prefeitura de Registro, no interior de São Paulo, em junho do ano passado, sofre de esquizofrenia paranoide. A informação consta em um laudo do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (IMESC). O homem chegou a ser preso depois da agressão, mas está em internado em uma clínica psiquiátrica desde o último dia 27 de fevereiro, depois que apresentou comportamento narcisista.

O laudo do IMESC, obtido pelo site G1, mostra que o procurador apresenta capacidade de entendimento prejudicada e capacidade de determinação abolida à época do crime e é inimputável, ou seja, incapaz de entender o caráter ilícito do fato. O mesmo parecer já tinha sido dado pelo psiquiatra forense Guido Palomba.

“Tais sintomas que estavam presentes à época dos fatos [agressão contra a chefe] permitem concluir que a capacidade de entendimento encontrava-se prejudicada, enquanto a capacidade de determinação restava abolida”, consta no laudo.

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Segundo os profissionais, mesmo alegando que já passava por tratamento, o procurador ainda não apresentou remissão dos sintomas, mantém episódios psicóticos, de alteração do comportamento e de frangofilia, que é o impulso de quebrar objetos. Assim, eles recomendam que Demétrius passe por um tratamento em regime de internação pelo período mínimo de 3 anos.

O advogado que defesa do procurador não foi encontrado para comentar o resultado do laudo até a publicação desta reportagem.

Já a defesa da procuradora-geral Gabriela Samadello destacou que propôs que o laudo seja homologado. “Nós não impugnamos o laudo, nós propusemos que seja homologado. As conclusões, ao meu modo de ver, são irrefutáveis”, disse o advogado Alberto Zacharias Toron.

Internação em clínica

Um relatório médico da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado indicou que Demétrius não estava apresentando evolução no quadro clínico após readequação medicamentosa. Na ocasião, ele estava preso na Penitenciária de Taiúva, no interior de São Paulo.

“O paciente está apresentando comportamento de personalidade narcisista, combativo, ficando em estado de alerta e nega-se ingerir os medicamentos prescritos pelo psiquiatra, impossibilitando a melhora do quadro clínico”, afirmou o médico, em 24 de fevereiro.

Na mesma data, foi agendada uma consulta para três dias depois no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário na Capital. Demétrius, então, permaneceu internado por indicação médica.

Agressão contra a chefe

Gabriela foi agredida por Demétrius dentro da Prefeitura de Registro, em junho do ano passado. Um vídeo mostrou o momento em que o homem dava socos enquanto a mulher estava no chão. As imagens são fortes:

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O caso aconteceu quando a vítima estava dentro da sala da Procuradoria Geral de Registro. Nas imagens ainda é possível ver que outras colegas de trabalho tentaram segurar Demétrius enquanto ele agredia e xingava a mulher, sem sucesso.

Gabriela contou que o motivo da agressão foi a abertura de um processo administrativo contra o procurador por conta de sua postura no ambiente de trabalho.

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