O açougueiro Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, que foi preso por manter a menina Alessandra Rangel Coelho Santana, de 12 anos, em cárcere privado, foi solto em audiência de custódia na tarde de quinta-feira (16). Ele é investigado por levar a criança de Sepetiba, no Rio de Janeiro, para viver com ele em São Luís, no Maranhão, e a manter trancada em um quitinete. O homem, que será monitorado por tornozeleira eletrônica, ainda pode responder por sequestro e estupro de vulnerável.
Noronha foi preso na última terça-feira (14), mesmo dia em que a polícia encontrou a menina trancada em seu quitinete. Na ocasião, ele confessou que beijou Alessandra, mas negou que tenha mantido relações sexuais com ela. A menina passou por exames para comprovar se houve o estupro.
O homem se manteve calado na audiência de custódia, mas a Justiça determinou que ele continue sendo monitorado até que as investigações policiais, conduzidas tanto no Maranhão quanto no Rio de Janeiro, sejam concluídas.
Alessandra desapareceu no último dia 6, depois que saiu de casa em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para ir à escola, mas não assistiu às aulas e não retornou à residência. Ela foi vista pela última vez conversando com um homem desconhecido perto do colégio. Desde então o caso era investigado.
A delegada Elen Souto, da Delegacia de Descoberta de Paradeiros do Rio de Janeiro (DDPA), contou que a menina e o suspeito conversavam na internet desde que ela tinha 10 anos. A mãe sempre a levou para a escola, mas, neste ano, decidiu deixá-la ir sozinha, quando Eduardo decidiu colocar em ação o plano de buscá-la. Assim, o rapaz viajou do Maranhão até o Rio de Janeiro de avião, pegou a criança e eles voltaram para São Luís em um carro de aplicativo. A viagem de 3,1 mil quilômetros teria custado R$ 4 mil.
Chegando no Maranhão, segundo a delegada, o plano do açougueiro era viver com a garota. No entanto, a menina percebeu que tinha caído em uma cilada quando se viu presa no quitinete e sem internet. Assim, no dia em que foi levada a uma loja, ela usou o wi-fi e conseguiu acessar seu Instagram, quando pediu ajuda a uma irmã.
A polícia, então, rastreou a localização da garota e ela foi encontrada trancada no quitinete. Na ocasião, a menina relatou aos policiais que viajou por vontade própria, mas não sabia as condições nas quais seria mantida. Todos os dias, quando ia para trabalhar, Noronha trancava a porta e levava a chave, deixando-a sozinha.
Investigação continua
Agora, a polícia apura como foi feita a viagem de carro. A corporação quer saber se ela ocorreu por meio de um aplicativo de transporte individual ou se foi combinada com o motorista por fora.
Alessandra está acolhida em uma instituição de amparo à vítimas de violência em São Luís, enquanto aguarda a chegada do pai. O homem embarcou na quarta-feira (15) para a cidade, acompanhado de uma investigadora.
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