Em um dia de muita dor e comoção, nesta quinta-feira foram enterrados os mortos do ataque na creche Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau, Santa Catarina. As quatro crianças foram sepultadas no cemitério do centro da cidade, que contou com a presença de dezenas de parentes e amigos.
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Uma dessas crianças era Bernado Pabest da Cunha, filho de Paulo da Cunha, que nesta quarta-feira foi a escola para buscar a criança do filho morto, que tinha ficado na creche.
Bernardo era fã de super-heróis, por isso a família resolveu homenageá-lo e o enterrou com as roupas de seu preferido, o homem-aranha. A família e os amigos também usaram camisas do super-herói para marcar a triste despedida.
O pai não tinha condições de falar, então o tio, Valdecir da Cunha, explicou que além de fã de heróis, Bernardo era vascaíno e adorava assistir aos jogos com o pai e era uma criança muito meiga. “Era um moleque simplesmente maravilhoso”, disse,
Valdecir disse que no momento do ataque havia ainda três outros familiares na escola, mas eles não foram feridos durante o massacre.
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Surto paranoico
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, o autor do massacre estava em um “surto paranoico” na hora do atentado e tudo indica que agiu sozinho.
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“Tem indícios de ser psicopata e estava em surto paranoico. E como eu já afirmei, ele agiu sozinho, de forma isolada, e não há indicativo de que tenha sido desafio de jogo ou orquestração com outras pessoas”, afirmou o delegado ao jornal “Bom Dia Santa Catarina”, da NSC TV, afiliada da TV Globo.
O autor do crime vai responder por quatro homicídio triplamente qualificado, sendo que os agravantes são motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, ele será indiciado por cinco tentativas de homicídio, já que ele feriu outras cinco crianças no ataque.