Os corpos das quatro crianças vítimas da chacina à creche de Blumenau, em Santa Catarina, são velados desde a noite de quarta-feira (5). Os sepultamentos devem ocorrer ao longo desta quinta-feira (6). Centenas de pessoas comparecem à despedida, que é marcada pelo clima de comoção e revolta pelo crime brutal.
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O velório de Larissa Toldo, de 7 anos, Bernardo Cunha Machado, 5, e Bernardo Pabst da Cunha, 4, é realizado na Capela São José, no Centro de Blumenau. Já a cerimônia de Enzo Barbosa, 4, ocorre no Cemitério Salto Norte.
Durante a madrugada de hoje, pais de alunos, demais familiares e amigos e moradores de Blumenau se reuniram na frente da Creche Cantinho do Bom Pastor para fazer uma vigília. Eles prestaram homenagens às vítimas e fizeram uma corrente de orações.
Uma tia de Bernardo Pabst falou brevemente com a imprensa e lamentou a perda tão precoce do menino. “Era uma criança alegre, extrovertida e amada, com pais muito afetivos”, disse ela.
A chacina
O assassino, que tem 25 anos, invadiu a creche na manhã de quarta-feira (5). Depois de cometer a chacina, ele se entregou no Batalhão da Polícia Militar da cidade.
Conforme a Polícia Civil, o rapaz pulou o muro da unidade portando uma machadinha e se dirigiu ao pátio, onde um grupo de crianças estava reunido. Lá, ele as atacou e matou quatro delas e feriu outras cinco.
Quatro dos sobreviventes foram socorridos e levados ao Hospital Santo Antônio, onde permaneciam internados na manhã desta quinta-feira. Eles seguem em observação, mas devem ter alta ainda hoje.
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Uma quinta criança que sofreu um ferimento no ombro foi levada ao Hospital Santa Isabel pelos pais. Depois de ser avaliada, ela recebeu alta ainda na tarde de quarta-feira.
Investigação
A Polícia Civil diz que tudo indica que o jovem agiu sozinho. Segundo a corporação, os telefones e redes sociais dele ainda são periciados, mas nenhuma ligação com outra pessoa ou grupo foi descoberta até agora.
“Tudo indica que é fato isolado, não tem relação com outras práticas ou coordenada por jogo, rede social ou ação com criminosos. É uma situação pontual, um caso isolado”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel.
O investigador destacou que a corporação fará uma análise do perfil psicológico do rapaz. “Faremos essa análise para que possamos traçar padrões de comportamento e começarmos a criar uma sistemática em Santa Catarina de perfis comportamentais de criminosos que, eventualmente, praticarem esses ilícitos penais”, destacou ele.
O rapaz deverá responder por quatro homicídios triplamente qualificados, sendo que os agravantes são motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, ele será indiciado por cinco tentativas de homicídio, já que ele feriu outras cinco crianças no ataque.
O detido passará por uma audiência de custódia nesta quinta-feira (6).
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