O jovem de 25 anos, que invadiu uma creche em Blumenau, em Santa Catarina, e matou quatro crianças, disse à polícia que foi influenciado a cometer a chacina. No entanto, conforme os investigadores, uma perícia realizada em seu celular aponta que ele agiu sozinho.
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“Ele cita uma pessoa e essa pessoa já foi identificada, será ouvida, mas não apresenta nada. Só cita que vinha sendo perseguido, ameaçado por essa pessoa a praticar um massacre em escola”, afirmou o delegado Ronnie Esteves, em entrevista ao site G1.
Já o delegado-geral catarinense, Ulisses Gabriel, destacou que a perícia no celular do assassino aponta que ele não teve ajuda de ninguém para cometer a chacina. Um programa israelense, que permite recuperar informações mesmo que elas tenham sido apagadas, foi usado pela polícia para a análise.
Apesar da conclusão, as investigações sobre o caso continuam. Gabriel destacou que entre esta segunda-feira (10) e terça-feira (11) testemunhas do caso serão ouvidas. Além disso, o autor do ataque deve ser submetido a um exame de sangue para saber se estava sob o efeito de drogas.
Por enquanto, o rapaz deverá responder por quatro homicídios triplamente qualificados, sendo que os agravantes são motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, ele será indiciado por cinco tentativas de homicídio, já que ele feriu outras cinco crianças no ataque.
Antecedentes criminais
Segundo a polícia, o autor da chacina trabalhava fazendo entregas como motoboy e morava com a mãe, em Blumenau. Ele já tinha ao menos quatro antecedentes criminais, entre eles por ter esfaqueado seu padrasto e ferido um cão em março de 2021. Ele também se envolveu em brigas em casas noturnas e já foi detido portando cocaína.
Por enquanto, a motivação do ataque ainda não está clara, mas a polícia acredita que o autor estava em surto paranoico. Mais para frente, a corporação fará uma análise do perfil psicológico do rapaz. “Faremos essa análise para que possamos traçar padrões de comportamento e começarmos a criar uma sistemática em Santa Catarina de perfis comportamentais de criminosos que, eventualmente, praticarem esses ilícitos penais”, destacou Gabriel.
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Volta às aulas
A Creche Cantinho Bom Pastor informou no sábado (8) que se prepara para retomar as aulas na próxima quarta-feira (12). A diretora da unidade, Alconides Ferreira, disse que os alunos e familiares devem receber apoio psicológico, mas destacou que os cuidados precisam ir mais além.
No entanto, no fim da manhã desta segunda-feira (10), a informação é de que as atividades seguirão suspensas por tempo indeterminado.
A creche vai participar de uma reunião com a prefeitura, Ministério Público, polícias, Tribunal de Justiça, além de políticos, para que sejam discutidas medidas de segurança necessárias. O encontro está previsto para ocorrer na terça-feira (11).
Já a Prefeitura de Blumenau decidiu antecipar as férias escolares na rede municipal depois da chacina. O objetivo é usar esse período para reforçar a segurança nas escolas e creches, com a contratação de segurança privada.
Sendo assim, os alunos não terão aulas nesta semana e voltam no próximo dia 17. A prefeitura também já tinha anunciado que vai instalar 125 câmeras nas escolas nesse período de pausa.
A chacina
O jovem invadiu a creche na manhã da última quarta-feira (5). Depois de cometer a chacina, ele se entregou no Batalhão da Polícia Militar da cidade.
Conforme a Polícia Civil, o rapaz pulou o muro da unidade portando uma machadinha e se dirigiu ao pátio, onde um grupo de crianças estava reunido. Lá, ele as atacou e matou quatro delas e feriu outras cinco.
Quatro dos sobreviventes foram socorridos e levados ao Hospital Santo Antônio. Todos eles receberam alta na manhã de quinta-feira (6). Uma quinta criança que sofreu um ferimento no ombro foi levada ao Hospital Santa Isabel pelos pais. Depois de ser avaliada, ela recebeu alta ainda na tarde de quarta-feira.
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