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Jovem que parou no hospital após cheirar pimenta passa mal e volta a ser internada em UTI, em Goiás

Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, está hospitalizada desde fevereiro após crise grave de asma

Ela sofre de asma
Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, foi diagnosticada com pneumonia e teve queda brusca de pressão (Reprodução/Arquivo pessoal)

A trancista Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, que teve uma crise grave de asma após cheirar uma pimenta e sofreu lesões neurológicas, voltou a ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A mãe da jovem, Adriana Medeiros, contou que ela foi diagnosticada com pneumonia e teve uma queda de pressão e, por isso, foi levada para o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), em Goiânia, Goiás.

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Conforme Adriana, Thais recebeu alta da UTI da Santa Casa de Misericórdia de Anápolis no último dia de março e, desde então, estava em tratamento no Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS). No entanto, ela foi diagnosticada com pneumonia e sofreu uma queda brusca de pressão. Assim, foi transferida para a UTI do Crer, onde deve passar por alguns exames.

Durante a Páscoa, a mãe da trancista informou que a jovem enfrentava uma infecção, mas não tinha dado detalhes sobre o problema. Na ocasião, ela disse que a filha passou o feriado internada e que esse novo quadro de saúde poderia atrasar sua recuperação.

Ela segue internada em Goiás
Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, continua em processo de recuperação após passar mal depois de cheirar pimenta (Reprodução/Redes sociais)

Relembre o caso

Thais passou mal na tarde do último dia 17 de fevereiro durante um almoço na casa do namorado. O rapaz contou que ela cheirou a pimenta e, em seguida, começou a “perder as forças”. Ela foi levada às pressas até o Hospital Evangélico Goiano (HEG), onde foi constatado que sofreu um edema cerebral.

Ao chegar no hospital, a jovem sofreu uma parada cardiorrespiratória, quando ficou cerca de sete minutos sem pulso e 15 minutos sem oxigênio. Assim, ela foi sedada e intubada para evitar danos cerebrais. Depois, foi transferida para a Santa Casa de Anápolis, onde ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Depois, foi transferida para um quarto, onde seguiu sua recuperação. No entanto, o diretor técnico da Santa Casa de Anápolis, Murilo Carlos Santana, ressaltou que o quadro dela é delicado.

“Ela chegou já intubada. A gente pode dizer que foi um tempo importante [de chegar ao médico], porque a situação clínica atual dela mostra, pela dificuldade de oxigenação do cérebro, que ela está ainda com um quadro neurológico bem comprometido”, explicou o médico.

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O que causou a reação?

Os médicos acreditam que a jovem sofreu uma crise de grave de asma ao cheirar a pimenta e, por conta da baixa circulação de oxigênio no cérebro, teve danos neurológicos. O condimento teria sido o gatilho.

“Em relação à questão do prognóstico neurológico dela, a gente espera uma lesão neurológica grave. (...) O cérebro ainda pode ter alguma recuperação, mas a gente acredita que voltar às atividades habituais dela, as atividades normais, isso, infelizmente, não”, explicou o médico da UTI, Rubens Dias.

A mãe da jovem havia dito que a filha sofria com bronquite desde que ficou grávida. “A Thais contraiu asma e bronquite no final da gravidez dela, desde então, eu venho lutando com ela. Ela tem alergia a muita coisa, só que a gente ainda não sabia. A gente ia começar um tratamento com ela no Hospital das Clínicas em Goiânia, mas, por motivo financeiro, não conseguimos continuar. Ela disse: - não, mãe, depois a gente faz”, contou ao “G1.

Segundo Adriana, por conta das crises frequentes, a filha já tinha ficado internada cinco dias com uma bactéria no pulmão. Ela se recuperou, mas era comum ter sintomas como falta de ar, tosse e corpo empolado. Apesar disso, ninguém sabia que ela poderia ter alguma reação à pimenta.

‘Pimenta bode’

Conforme o namorado de Thaís, a jovem cheirou a conhecida “pimenta bode”. Ela não tinha histórico anterior de reação alérgica a qualquer tipo de alimento ou tempero, mas há sete anos teve o diagnóstico de asma. Ela enfrentava crises com frequência.

A “pimenta bode” é muito usada na culinária do Centro-Oeste, principalmente em pratos típicos goianos.

Conforme dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ela tem ardência considerável e estima um patamar entre 120 mil e 190 mil na escala Scoville (que varia de 2 mil a 2 milhões).

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