A Polícia Civil continua a ouvir nesta terça-feira (11) testemunhas do ataque à creche de Blumenau, em Santa Catarina, que deixou quatro crianças mortas e cinco feridas. Conforme o delegado geral catarinense, Ulisses Gabriel, o inquérito policial deve ser concluído ainda nesta semana e o autor da chacina, um jovem de 25 anos, deverá ser indiciado pelos seus atos, mesmo estando em surto paranoico no momento do atentado.
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“Eventuais surtos, e ele ter praticado essa situação em surtos, e é bom a população entender, nada isenta a responsabilidade dele. Muitas pessoas acham que isso justificaria qualquer ato, não justifica e não vai isentar a responsabilidade desse indivíduo”, explicou o delegado em entrevista à TV Globo.
Conforme Gabriel, o rapaz chegou a alegar que foi influenciado por outra pessoa a cometer a chacina, mas uma análise realizada no telefone celular dele comprovou que ele agiu sozinho. Essa análise fará parte da conclusão do inquérito, que será remetida para análise do Ministério Público
“No decorrer do final de semana, nós juntamos no inquérito policial um extrato, ou uma análise, do telefone celular, que foi realizada pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, aqui da DEIC [Diretoria Estadual de Investigações Criminais] de Florianópolis, e também estamos aguardando a juntada de um laudo de exame toxicológico, que foi realizado no suspeito, neste criminoso, quando do seu interrogatório na cidade de Blumenau”, explicou o delegado.
Por enquanto, o rapaz deverá responder por quatro homicídios triplamente qualificados, sendo que os agravantes são motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, ele será indiciado por cinco tentativas de homicídio, já que ele feriu outras cinco crianças no ataque.
Antecedentes criminais
Segundo a polícia, o autor da chacina trabalhava fazendo entregas como motoboy e morava com a mãe, em Blumenau. Ele já tinha ao menos quatro antecedentes criminais, entre eles por ter esfaqueado seu padrasto e ferido um cão em março de 2021. Ele também se envolveu em brigas em casas noturnas e já foi detido portando cocaína.
A corporação ainda pretende fazer uma análise do perfil psicológico do rapaz. “Faremos essa análise para que possamos traçar padrões de comportamento e começarmos a criar uma sistemática em Santa Catarina de perfis comportamentais de criminosos que, eventualmente, praticarem esses ilícitos penais”, destacou o delegado Ulisses Gabriel.
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A chacina
O jovem invadiu a creche na manhã da última quarta-feira (5). Depois de cometer a chacina, ele se entregou no Batalhão da Polícia Militar da cidade.
Conforme a Polícia Civil, o rapaz pulou o muro da unidade portando uma machadinha e se dirigiu ao pátio, onde um grupo de crianças estava reunido. Lá, ele as atacou e matou quatro delas e feriu outras cinco.
Quatro dos sobreviventes foram socorridos e levados ao Hospital Santo Antônio. Todos eles receberam alta na manhã de quinta-feira (6). Uma quinta criança que sofreu um ferimento no ombro foi levada ao Hospital Santa Isabel pelos pais. Depois de ser avaliada, ela recebeu alta ainda na tarde de quarta-feira.
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