A veterinária goiana Jeanne Paolini, de 40 anos, e a namorada dela, a empresária Kátyna Baía, de 44, que foram presas na Alemanha após terem suas malas trocadas por outras com drogas, reencontraram familiares depois que deixaram a cadeia na terça-feira (11). Elas também comemoraram a soltura tomando cerveja em Frankfurt, cidade onde passaram mais de um mês detidas.
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“Marco histórico na justiça alemã […] Kátyna e Jeanne estão free! E inocentadas!”, afirmou a advogada do casal Luna Provázio Lara de Almeida, que mostrou em seu Instagram o momento do reencontro das duas com os parentes.
Em outra publicação, feita pelo consulado da embaixada do Brasil, em Frankfurt, as brasileiras aparecem sorridentes e tomando cerveja.
Irmã de Kátyna, Lorena Baía também comemorou a liberdade da irmã e da cunhada. Ela fez questão de agradecer ao apoio que elas tiveram até a soltura das brasileiras.
“Meu coração só tem espaço pra gratidão. Deus é fiel, sua justiça não falha. Chegar à Alemanha [...] no dia em que foi reconhecida a inocência da Kátyna e da Jeanne e feita a soltura delas foi providência divina”, afirmou a publicação.
“Aqui fomos acolhidas com muito afeto e segurança pela equipe do Consulado. Agradeço o embaixador por nos abrir as portas de sua casa. Aos que se uniram a nós pela fé, nessa rede de amor e solidariedade, recebam o nosso abraço carregado de gratidão”, afirmou ela.
Relembre o caso
Jeanne e Kátyna embarcaram no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e fizeram uma conexão no Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde suas bagagens acabaram com as etiquetas trocadas. As malas das duas até agora não foram achadas.
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As duas pretendiam passar 20 dias viajando pela Europa, mas ao desembarcarem na Alemanha no último dia 5 foram presas e acusadas por tráfico internacional de drogas. Nas bagagens atribuídas ao casal, foram apreendidos 40 kg de cocaína. Apesar de dizerem que aquelas não eram suas malas, as duas foram levadas para um presídio feminino.
O caso passou a ser investigado pela Polícia Federal, que identificou a ação de uma quadrilha no aeroporto paulista. Seis pessoas foram presas acusadas de trocar as etiquetas das malas de passageiros por outras com drogas.
Imagens mostraram que as malas despachadas incialmente por Jeanne e Kátyna eram diferentes das que foram apreendidas na Alemanha. Conforme a PF, nas escalas internacionais, o passageiro despacha a mala no aeroporto de origem e só pega de volta no destino final, ou seja, as brasileiras nem viram a troca das bagagens e das etiquetas.
Assim, a Polícia Federal enviou um relatório para as autoridades alemãs mostrando que as brasileiras não eram traficantes. O caso foi analisado pelo Ministério Público alemão, que entendeu que elas são inocentes e determinou a soltura do casal na terça-feira. Logo depois, elas deixaram a cadeia.
Mantidas em péssimas condições
Durante o período em que ficaram presas, Jeanne e Kátyna conseguiram falar com seus familiares por alguns minutos. Em um desses contatos, a empresária falou sobre o local em que era mantida.
“É uma cela em que as paredes têm escritas de fezes, tá? É uma cela fria, não tem janela”, contou Kátyna.
Já Jeanne falou sobre o desafio de estar impedida de voltar para casa. “Nós nunca convivemos nesse ambiente. No final de semana e feriado nós passamos cerca de dezesseis horas trancadas sem convívio social e o que me salvou aqui foi a fé. Dói muito ficar aqui todo dia. Eu acordo e penso: meu Deus, esse pesadelo ainda não acabou”, desabafou a veterinária.