O servidor público Gilberto Martins, 46 anos, registrou uma queixa contra uma famosa churrascaria que fica no setor hoteleiro de Brasília após descobrir que em sua comanda ela era identificado não pelo nome, mas pelo termo “preto”. A notícia é do site Metrópoles.
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O incidente ocorreu na última quinta-feira, quando foi participar de uma confraternização com amigos do trabalho, na última quinta-feira. Gilberto notou que em sua comanda o estabelecimento escreveu, à mão, não seu nome, mas a cor de sua pele.
Ele chamou o garçom e pediu explicações. Segundo o servidor, o atendente se mostrou muito nervoso e disse que não sabia quem tinha escrito aquilo, mas achava que era uma referência à cor de sua camisa. “Mas a minha camisa era cinza! E se fosse realmente uma referência à ela, não deveria estar escrito com a palavra no feminino? Por que não estava escrito a cor da camisa na comanda de mais ninguém?”, disse.
Na hora, por estar com amigos, Gilberto disse que preferiu não criar uma situação desagradável e aceitou a explicação, mas quando chegou em casa percebeu que agiu mal em se calar diante da clara situação de racismo e chegou a chorar. “Tenho um casal de filhos, ambos negros, e pensei muito no mundo que estamos deixando para eles”, desabou.
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Na sexta-feira, um dia após a confraternização, ele procurou a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial e registrou um boletim de ocorrência acusando o estabelecimento de ato racista. A polícia está investigando o caso.
A churrascaria emitiu uma nota onde disse que lamenta o ocorrido e repudia veementemente qualquer ato discriminatório, por isso está tomando medidas “internas e externas cabíveis”, entre elas o reforço do programa de treinamento oferecido aos colaboradores da rede.