A veterinária goiana Jeanne Paolini, de 40 anos, e a namorada dela, a empresária Kátyna Baía, de 44, que ficaram mais de um mês presas na Alemanha após terem suas malas trocadas por outras com drogas, falaram em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, que pretendem voltar ao exterior no fim deste ano. No entanto, agora não vão mais despachar as bagagens.
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“[Agora vamos] com mala de mão, por enquanto não vamos despachar”, disse Kátyna. “A gente espera que as coisas mudem, porque a gente paga e paga caro para despachar”, completou Jeanne, que afirmou: “Gostamos de viajar. Trabalhamos e batalhamos para isso, somos pessoas livres.”
Sobre o período em que passar presas injustamente, elas disseram que sentiram “uma injustiça muito grande”, pois foram colocadas em um presídio ao lado de pessoas que realmente cometeram crimes, mesmo insistindo que elas eram inocentes.
“Convivíamos com pessoas de crimes diferentes: assassinas, assassinas em série, incendiárias. Era insalubre de várias maneiras, temíamos pela nossa segurança”, relatou Kátyna.
Relembre o caso
Jeanne e Kátyna embarcaram no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e fizeram uma conexão no Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde suas bagagens acabaram com as etiquetas trocadas. As malas das duas até agora não foram achadas.
As duas pretendiam passar 20 dias viajando pela Europa, mas ao desembarcarem na Alemanha no último dia 5 foram presas e acusadas por tráfico internacional de drogas. Nas bagagens atribuídas ao casal, foram apreendidos 40 kg de cocaína. Apesar de dizerem que aquelas não eram suas malas, as duas foram levadas para um presídio feminino.
O caso passou a ser investigado pela Polícia Federal, que identificou a ação de uma quadrilha no aeroporto paulista. Seis pessoas foram presas acusadas de trocar as etiquetas das malas de passageiros por outras com drogas.
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Imagens mostraram que as malas despachadas incialmente por Jeanne e Kátyna eram diferentes das que foram apreendidas na Alemanha. Conforme a PF, nas escalas internacionais, o passageiro despacha a mala no aeroporto de origem e só pega de volta no destino final, ou seja, as brasileiras nem viram a troca das bagagens e das etiquetas.
Assim, a Polícia Federal enviou um relatório para as autoridades alemãs mostrando que as brasileiras não eram traficantes. O caso foi analisado pelo Ministério Público alemão, que entendeu que elas são inocentes e determinou a soltura do casal no dia 11. Logo depois, elas deixaram a cadeia.
O casal, então, comemorou a soltura tomando cerveja em Frankfurt, cidade onde passaram mais de um mês detidas. Na sexta-feira (14), elas finalmente voltaram para casa, em Goiânia, aliviadas por terem deixado para trás um pesadelo digno de filmes de suspense. “Choramos por diversas vezes [durante o voo], mas foi um choro de alegria, alívio e gratidão!”, disseram.
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