As vítimas que acusam o empresário Thiago Brennand por crimes sexuais, lesão corporal, tortura e cárcere privado reagiram à notícia de que os Emirados Árabes aceitaram o pedido do Brasil para a extradição dele. A modelo Helena Gomes, que foi agredida pelo homem em uma academia, e a estudante de medicina Stefanie Cohen, que o acusa de estupro, disseram que esse “é o momento de ter justiça”.
A autorização para a extradição ocorreu no sábado (15). No domingo (16), a Secretaria Nacional de Justiça, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), informou que o procedimento de extradição seguirá seus trâmites regularmente, mas que não há, até o momento, previsão de quando Brennand chegará ao Brasil.
Brennand se tornou réu em oito processos. Em cinco deles, teve a prisão preventiva decretada, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo. A defesa dele tentou revogar essas decisões que pesam contra ele, alegando que o empresário queria voltar ao país e entregaria seu passaporte, mas desde que não fosse preso. No entanto, a solicitação foi negada.
Em entrevista ao site UOL, Helena Gomes falou que desde sábado passou a receber muitas mensagens sobre a autorização da extradição de Brennand. Segundo ela, essa medida vai muito além da volta do empresário ao Brasil. “É um incentivo para mulheres que não conseguiram fazer boletim de ocorrência procurarem a polícia”, disse.
“A importância do que está acontecendo não é somente trazê-lo ao Brasil. A mensagem mais importante é que as percebam a relevância de denunciar mesmo que ninguém ajude, que ninguém acredite”, ressaltou Helena.
Já a estudante Stefanie Cohen destacou que, mesmo sofrendo as consequências psicológicas de relembrar a violência que sofreu, a volta do empresário ao país representa uma vitória.
“Finalmente um fugitivo é obrigado a voltar ao seu país para cumprir as cinco prisões já decretadas. Juntas fomos fortes e enfrentamos, não fugimos”, disse a jovem.
Período nos Emirados Árabes
O empresário foi considerado foragido pelas autoridades brasileiras e acabou preso pela Interpol, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, em outubro do ano passado, mas pagou fiança e foi solto. Em novembro, a embaixada brasileira em Abu Dhabi formalizou às autoridades locais o pedido de extradição, mas até agora ele não retornou ao país.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo destacou que Brennand é considerado foragido. “A Polícia Civil informa que o suspeito citado é considerado foragido após a decretação dos mandados de prisão pela Justiça”, destacou o órgão.
‘Preso injustamente’
No último dia 7, o empresário postou um vídeo no YouTube, no qual disse que quer voltar ao Brasil, mas não quer ser “preso injustamente”.
“Tudo é distorcido. Você é o vilão, o pior do mundo. Vou me apresentar e provavelmente vão me prender injustamente”, afirmou ele.
Brennand também negou todas as acusações que pesam contra ele. “Obviamente não estuprei ninguém. Nesse país muita gente tem sede de vingança”, ressaltou.
No vídeo ele garante que vai enfrentar a Justiça, “Tô com meus pais com câncer, o da minha mãe se agravou, meus país já têm idade, o meu filho tá sozinho e depende de mim. Vou enfrentar o que tiver que enfrentar”, disse.
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