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Padrasto diz que fugiu de Blumenau após ser esfaqueado por autor de ataque a creche: “Dois anos infernais”

Homem disse que rapaz o ameaçava e chegou a buscar medida protetiva, mas não foi atendido

Ele foi preso
Portão da casa de padrasto, que teria sido derrubado por autor de chacina contra creche, em Blumenau, em Santa Catarina (Reprodução/Arquivo pessoal)

O padrasto do rapaz de 25 anos, que atacou uma creche em Blumenau, em Santa Catarina, e matou quatro crianças, contou que teve que deixar a cidade depois que foi esfaqueado por ele. O homem relatou, em entrevista ao site UOL, que era perseguido e ameaçado constantemente. “Foram dois anos infernais”, relatou.

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A vítima conta que a tentativa de homicídio ocorreu em março de 2021, quando o enteado o atacou com uma faca. “Lembro do dia em que fui esfaqueado, mas não lembro como ele me atacou. Eu estava na cozinha, fazendo o café. Ele entrou na casa, falou ‘bom dia’ e depois conversou com a mãe por uns dois minutos. Quando me virei, vi a faca já no meu pescoço”, contou.

“Só lembro que o sangue jorrava. Aí, corri para a rua, pedindo socorro. Depois, ele se entregou para a polícia, alegou legítima defesa e saiu pela porta da frente da delegacia”, lembra o padrasto, que se separou da mãe do agressor após o episódio.

Na época, o rapaz ficou apenas seis semanas internado em uma clínica de reabilitação. Depois, foi liberado, mas o padrasto disse que a partir daí as ameaças começaram.

“Quando cruzava com ele pelas ruas de Blumenau, ele me perseguia de moto e fazia ameaças, batendo no vidro do meu carro aos gritos e apontando para a pochete como se fosse sacar uma arma. Ele também ficava rondando de moto na frente da casa do meu filho. Decidi sair de Blumenau para não ser morto. Foram dois anos infernais”, contou.

O último caso de violência teria ocorrido em dezembro de 2022. Na ocasião, o padrasto acusou o agressor de ter arrombado o portão da sua casa e esfaqueado o cão da família.

Na ocasião, ele disse ter solicitado medida protetiva contra o enteado. Como não foi atendido, decidiu sair de Blumenau, com medo de ser assassinado.

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Conforme a reportagem, a Polícia Civil disse que o padrasto não foi ao Instituto Médico Legal (IML) quando foi esfaqueado, impossibilitando a constatação da gravidade das lesões. Informou, ainda, que a vítima não quis representar criminalmente contra o agressor na época.

Creche onde foi realizado o ataque desta quarta-feira
Rapaz invadiu creche com machadinha e matou quatro crianças, em Blumenau (Reprodução/TV RBS)

Ataque contra a creche

O rapaz está preso desde o último dia 5, data em que invadiu uma creche em Blumenau e matou quatro crianças. Depois de cometer a chacina, ele se entregou no Batalhão da Polícia Militar da cidade.

Conforme a Polícia Civil, o rapaz pulou o muro da unidade portando uma machadinha e se dirigiu ao pátio, onde um grupo de crianças estava reunido. Lá, ele as atacou e matou quatro delas e feriu outras cinco.

Segundo a polícia, o autor da chacina trabalhava fazendo entregas como motoboy e morava com a mãe, em Blumenau.

Ele já tinha ao menos quatro antecedentes criminais, entre eles por ter esfaqueado o padrasto e ferido seu cão. Ele também se envolveu em brigas em casas noturnas e já foi detido portando cocaína.

Por enquanto, o rapaz deverá responder por quatro homicídios triplamente qualificados, sendo que os agravantes são motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, ele será indiciado por cinco tentativas de homicídio, já que ele feriu outras cinco crianças no ataque.

Outros cinco ficaram feridos
Crianças mortas durante chacina à creche de Blumenau, em Santa Catarina (Reprodução/Redes sociais)

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