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Suspeita por troca de malas que levou à prisão de brasileiras na Alemanha é solta em São Paulo

Investigação apontou que mulher aliciava funcionários do aeroporto para envio de drogas ao exterior

Quadrilha foi presa em Guarulhos
Jeanne Paolini, de 40 anos, e a namorada, a empresária Kátyna Baía, de 44, foram presas na Alemanha após terem as etiquetas das malas trocadas (Reprodução/Arquivo pessoal)

A Justiça de São Paulo determinou a soltura de Carolina Helena Pennacchioti, de 35 anos, que foi presa suspeita de integrar um esquema de troca de etiquetas de malas no Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, para envio de drogas ao exterior. Por conta da ação do bando, a veterinária Jeanne Paolini, de 40 anos, e a namorada dela, a empresária Kátyna Baía, de 44, passaram mais de um mês presas na Alemanha.

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Conforme a investigação conduzida pela Polícia Federal, Carolina aliciava funcionários do aeroporto para participar do esquema de troca de etiqueta das bagagens. Ela, e mais sete pessoas, foram presas em uma operação realizada depois que as brasileiras foram presas ao desembarcarem em Frankfurt.

Na ocasião, imagens de câmeras de segurança mostraram que as malas atribuídas à elas, que continham drogas, eram diferentes das que foram despachadas.

Assim, no último dia 4, a Polícia Federal identificou que a quadrilha agia no Aeroporto de Guarulhos, trocando as etiquetas das malas dos passageiros, de forma aleatória, por outras bagagens que continham cocaína.

O Ministério Público Federal também passou a atuar no caso, e instaurou uma investigação para apurar as responsabilidades no caso.

No entanto, a 6ª Vara Federal de Guarulhos determinou a soltura de Carolina. Tanto a PF, quanto ao MPF, informaram que vão recorrer.

Ao site G1, a defesa dela destacou que “não há elementos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva” e que “até o momento não houve uma acusação formal”.

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Os advogados destacaram, ainda, que ela colabora com os trabalhos das autoridades. ”Nossa cliente não praticou nenhuma conduta que pudesse atrapalhar a investigação”, completou.

Elas seguem presas na Alemanha
Imagens de câmeras de segurança mostram que malas de brasileiras são diferentes das que estavam com as etiquetas com nomes delas (Reprodução/TV Globo)

Goianas presas na Alemanha

Jeanne e Kátyna embarcaram no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e fizeram uma conexão no Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde suas bagagens acabaram com as etiquetas trocadas. As malas das duas até agora não foram achadas.

As duas pretendiam passar 20 dias viajando pela Europa, mas ao desembarcarem na Alemanha, no último dia 5 de abril, foram presas e acusadas por tráfico internacional de drogas. Nas bagagens atribuídas ao casal, foram apreendidos 40 kg de cocaína. Apesar de dizerem que aquelas não eram suas malas, as duas foram levadas para um presídio feminino.

O caso passou a ser investigado pela Polícia Federal, que identificou a ação de uma quadrilha no aeroporto paulista. Seis pessoas foram presas acusadas de trocar as etiquetas das malas de passageiros por outras com drogas.

Imagens mostraram que as malas despachadas incialmente por Jeanne e Kátyna eram diferentes das que foram apreendidas na Alemanha. Conforme a PF, nas escalas internacionais, o passageiro despacha a mala no aeroporto de origem e só pega de volta no destino final, ou seja, as brasileiras nem viram a troca das bagagens e das etiquetas.

Assim, a Polícia Federal enviou um relatório para as autoridades alemãs mostrando que as brasileiras não eram traficantes. O caso foi analisado pelo Ministério Público alemão, que entendeu que elas são inocentes e determinou a soltura do casal no dia 11. Logo depois, elas deixaram a cadeia.

O casal, então, comemorou a soltura tomando cerveja em Frankfurt, cidade onde passaram mais de um mês detidas. No dia 14, elas finalmente voltaram para casa, em Goiânia, aliviadas por terem deixado para trás um pesadelo digno de filmes de suspense. “Choramos por diversas vezes [durante o voo], mas foi um choro de alegria, alívio e gratidão!”, disseram.

Depois do susto, elas falaram em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, que pretendem voltar ao exterior no fim deste ano. No entanto, agora não vão mais despachar as bagagens.

“[Agora vamos] com mala de mão, por enquanto não vamos despachar”, disse Kátyna. “A gente espera que as coisas mudem, porque a gente paga e paga caro para despachar”, completou Jeanne, que afirmou: “Gostamos de viajar. Trabalhamos e batalhamos para isso, somos pessoas livres.”

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