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Mais polêmica: após ser acusado de ameaçar ex, entidades dizem que Ricardo Molina ‘não é perito’

Associações afirmam que profissional é ‘assistente técnico especializado em fonética’

Após ser acusado pela ex-mulher de ameaça e agressão, e virar alvo de uma investigação por parte da Polícia Civil, Ricardo Molina teve seu nome envolvido em mais uma polêmica. Entidades afirmam que ele não é “perito criminal” como se apresenta, mas sim “assistente técnico especializado em fonética”.

Professor da Universidade Federal de Campinas (Unicamp), Molina ficou conhecido no país como um dos principais peritos criminais, por conta da atuação em investigações como a morte de PC Farias, massacre de Eldorado dos Carajás, do crime da Favela Naval e do acidente aéreo que matou os integrantes da banda Mamonas Assassinas.

Recentemente, ele foi denunciado pela ex-mulher, a advogada Janinne Jasem, por ameaças e agressão. A vítima divulgou uma série de vídeos nas redes sociais, nos quais alega ter sido vítima de violência doméstica. O homem nega as acusações.

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Janinne se separou do perito em outubro do ano passado. Em publicações recentes feitas em seu Instagram, ela contou que foi agredida pelo ex-marido em março deste ano e que passou a ser ameaçada. Em um dos vídeos, é possível ouvir um áudio, no qual o homem diz: “Morra, Janinne, morra” (veja abaixo).

O caso segue em investigação na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde a ex-mulher já prestou depoimento e teve uma medida protetiva solicitada.

Ao jornal “O Globo”, Molina deu sua versão sobre os fatos e disse que as falas dele foram retiradas de contexto. O homem afirmou que estava sim com raiva, pois descobriu um suposto caso extraconjugal por parte da ex-mulher. O perito destacou, ainda, que apesar do que disse, jamais encostou “um dedo nela” e que não ameaçou sua integridade física.

Entidades se manifestam

Após a repercussão sobre as ameaças à ex-esposa, a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) informou que Ricardo Molina não é perito criminal. A entidade estacou que ele é um “assistente técnico especializado em fonética”, que “atua contratado pelas partes do processo para anuir e tentar provar a suas teses”.

Ainda segundo a APCF, a atividade de perícia criminal é uma atividade típica de Estado, regida pela Lei 12.030/09, e os servidores públicos concursados atuam com rigor científico, são puníveis pela legislação, e dotados de isenção e imparcialidade.

“Profissionais privados, como é o caso do sr. Ricardo Molina, não se submetem aos mesmos rigores dessa legislação, estando livres de qualquer imputabilidade em caso de eventuais equívocos ou quando agem sob um claro viés de confirmação”, diz a nota da associação.

Molina chegou a ser notificado extrajudicialmente pela APCF, em 2018, para que ele parasse de se apresentar como perito criminal.

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O Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP) e a Associação Brasileira de Criminalística (ABC) também se manifestaram para esclarecer que Molina “não é um perito criminal oficial”.

“O ingresso na carreira de perito criminal é feito, obrigatoriamente, por meio de concurso público, o que não é o caso de Molina”, explicou o presidente do SINPCRESP, Eduardo Becker.

Molina ainda não se pronunciou sobre o posicionamento das entidades.

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