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“Está com muito medo, traumatizada”, diz advogado sobre jovem estuprada por PM no Rio de Janeiro

Quatro policiais militares estão presos por envolvimento no caso; corporação estuda expulsão deles

Uma jovem de 18 anos, que denunciou ter sido estuprada por um policial militar, em Saquarema, no Rio de Janeiro, teme por represálias, segundo sua defesa. Além do agente que teria cometido o ato, outros três colegas de farda que estavam com ele, e não impediram a violência sexual, também foram presos. A Polícia Militar diz que avalia se vai demitir ou expulsá-los.

Em entrevista ao site UOL, o advogado Tiago Cruz Camarinha, que defende a garota, contou que ela está apavorada, mesmo com a prisão dos policiais. “Ela está mal e com medo de represálias. Ficou aliviada com a prisão do agressor, mas está com muito medo, não sai de casa, está traumatizada”, disse o defensor.

O estupro ocorreu no último dia 26 de abril. Conforme o boletim de ocorrência, a jovem disse que estava com uma amiga em um bar, quando dois policiais militares entraram no local. Eles as abordaram, dizendo que havia a suspeita de que estivessem portando drogas que teriam sido deixadas por homens suspeitos, que tinham fugido.

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Assim, os policiais colocaram as duas jovens na viatura, com a alegação que as levariam até o 25º BMP (Batalhão da Polícia Militar), onde prestariam esclarecimentos. No entanto, elas foram levadas para uma região de mata no bairro de Villatur, onde permaneceram por cerca de 3 horas.

Nesse meio tempo, a jovem de 18 anos disse que pediu para fazer xixi. Foi quando o policial, identificado como sendo o cabo Gerson Jucá Quirino Rolim de Paula, a ameaçou, colocou um canivete próximo a sua barriga e disse que, caso ela gritasse, seria morta. Em seguida, teria cometido o estupro. Outros três policiais, que estavam no local, não fizeram nada para impedir a violência sexual.

Na sequência, a jovem contou que foi deixada de volta no lugar da abordagem e seguiu para casa. Lá, contou sobre o ocorrido a uma tia, que a acompanhou até uma delegacia onde o caso foi denunciado.

“Ela fez o exame de corpo de delito com o corpo preservado, o que possibilitou a coleta do seu material genético e sêmen do suspeito. Também foi possível constatar os machucados na região íntima dela”, ressaltou o advogado da vítima.

Além disso, ele explicou que as informações do trajeto passadas pela jovem para a polícia foram confirmadas pelas investigações, tanto via GPS quanto por imagens de câmeras de monitoramento da cidade.

PMs são presos

O caso passou a ser investigado e o cabo Gerson foi preso no último dia 1º pelo estupro. Além dele, também foram detidos o sargento Diogo Viana Lourenço e o cabo Sanclair Marinho Antunes Corecha, ambos do 25º BPM, e o cabo Alexsander Moreira de Simas (UPP), pois, segundo a Corregedoria da PM, eles não impediram o crime.

Agora, a PM diz que as investigações estão na fase final, mas a corporação ainda analisa qual a punição será dada aos agentes. “Além da esfera criminal militar, os acusados também responderão um processo administrativo disciplinar com vista às análises da demissão/exclusão dos mesmos dos quadros da corporação”, destacou.

“A Secretaria de Estado destacou que a Polícia Militar não compactua com desvios de conduta praticados por seus integrantes”, concluiu a corporação.

A defesa dos agentes não foi encontrada para comentar as prisões deles até a publicação desta reportagem.

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