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Fraudes em cartões de vacina: veja o que se sabe da investigação que tem Bolsonaro como um dos alvos

PF investiga ex-presidente e mais 15 pessoas; político nega que tenha se imunizado contra covid-19

Bolsonaro pede desobstrução das rodovias
Ex-presidente Jair Bolsonaro disse que não tomou vacina da covid, apesar de informação constar no ConectSus (Reprodução/Redes sociais)

O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos alvos de uma operação da Polícia Federal que apura a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Conforme a investigação, essa suposta falsificação teria o objetivo de garantir a entrada do político, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. Além dele, mais 15 pessoas são investigadas, sendo que seis foram detidas.

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Conforme a PF, a Operação Venire apura se as fraudes permitiram que “tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid”.

Durante a operação, deflagrada na manhã de quarta-feira (4), foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro, que fica em um condomínio residencial de Brasília, no Distrito Federal. O celular do político foi apreendido e passará por uma perícia no Instituto Nacional de Criminalística (INC).

Além disso, foram detidas pessoas próximas ao ex-presidente, como o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, além de mais cinco alvos. Veja abaixo:

  • Coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
  • Sargento Luis Marcos dos Reis, que era da equipe de Mauro Cid;
  • Ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros;
  • Policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial;
  • Militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro;
  • Secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

As fraudes

Segundo a TV Globo, as fraudes em questão foram feitas nos cartões de vacinação de Bolsonaro e da filha Laura, no último dia 21 de dezembro, pouco antes da viagem deles para os Estados Unidos, onde a entrada de estrangeiros só é liberada mediante a comprovação da imunização.

Esses dados foram lançados no ConecteSUS para gerar um comprovante de vacinação e foram retirados do sistema no dia 27 do mesmo mês sob a alegação de “erro”.

O próprio ex-presidente negou em entrevista à GloboNews que ele e a filha tenham sido imunizados contra o coronavírus, apesar do sistema da Rede Nacional de Dados em Saúde conter a informação de que cada um deles recebeu duas doses da Pfizer.

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“Eu não tomei a vacina, o cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina da Janssen nos Estados Unidos, e a minha filha, Laura, também não tomou a vacina”, confirmou Bolsonaro.

Ainda conforme e TV Globo, não foi expedido nenhum mandado de prisão do ex-presidente. No entanto, a PF chegou a agendar um depoimento dele, mas a defesa destacou que ele só vai se manifestar oficialmente, depois de ter ciência do teor das investigações.

De acordo com o inquérito, foram forjados dados de vacinação de pelo menos sete pessoas. Veja abaixo quem elas são:

  • Ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • Filha de Bolsonaro, Laura, de 12 anos;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que é um dos detidos na operação;
  • A mulher e as três filhas de Mauro Cid.

A operação da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que afirmou ser “plausível” a linha de investigação de que Bolsonaro e seus aliados tenham inserido dados falsos sobre vacina nos cartões para obter vantagens.

Assim, determinou que a validade dos documentos de todos os envolvidos sejam invalidados. Além disso, destacou que os suspeitos são investigados por infração de medida sanitária preventiva, além dos crimes de associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

Agora, os suspeitos de envolvimento no caso começaram a prestar depoimento. Uma servidora ouvida disse que era coagida a fornecer a senha a para inserção de dados falsos de carteiras de vacinação no ConectSus.

Nas redes sociais, muitos internautas comentam sobre as fraudes e torcem pela prisão do ex-presidente. Veja algumas reações abaixo:

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