O empresário Thiago Brennand, que está preso por crimes sexuais, lesão corporal, tortura e cárcere privado, disse durante a audiência de custódia, um dia depois de ser extraditado dos Emirados Árabes, que faz uso de medicamentos controlados para depressão, ansiedade e distúrbios do sono. No entanto, a defesa dele não apresentou nenhum laudo médico que comprove a necessidade dos remédios.
Conforme reportagem do “Estadão”, reproduzida pelo site UOL, os investigadores acreditam que essa é uma estratégia para que ele consiga ser internado para tratamento, em vez de seguir preso. Atualmente, ele está em uma cela no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Norte de São Paulo.
Ainda segundo a reportagem, Brennand alegou que faz uso contínuo dos remédios Efexor/cloridrato de venlafaxina (antidepressivo), Rivotril/clonazepam (ansiolítico), captopril (pressão alta), Nexium/esomeprazol (distúrbios gástricos) e Zolpidem (para dormir). No entanto, ele não fez menção a diagnósticos sobre doenças.
A defesa do empresário não foi encontrada para comentar o assunto até esta publicação.
Extradição
Thiago Brennand foi extraditado dos Emirados Árabes no último sábado (29). Quando desembarcou em um voo no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, o empresário usava um boné, máscara e tinha uma blusa cobrindo as mãos algemadas.
Na ocasião, ele reclamou de cansaço. “Eu estou podre. Estou literalmente há dois dias com a mesma roupa”, reclamou Brennand.
Ele seguiu para a carceragem da Polícia Federal, onde recebeu a visita do filho de 17 anos por cerca de 40 minutos. Ele entrou acompanhado dos advogados do acusado e saiu sem falar com a imprensa. Uma das acusações que pesa sobre Brennand é a de agredir o próprio filho.
No dia seguinte, passou pela audiência de custódia, quando teve a prisão mantida. Assim, foi levado para o CDP de Pinheiros, onde segue mantido em uma cela individual. Ele pode ficar isolado dos demais detentos por até 30 dias, o que é um procedimento padrão para todos.
Relembre o caso
Brennand se tornou réu em oito processos no Brasil. Em cinco deles, teve a prisão preventiva decretada, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo. A defesa dele tentou revogar essas decisões que pesam contra ele, alegando que o empresário queria deixar os Emirados Árabes e entregaria seu passaporte no Brasil, mas desde que não fosse preso. No entanto, a solicitação foi negada.
Depois que a extradição já tinha sido autorizada, ele foi detido no último dia 17, quando a inteligência da polícia árabe desconfiou que ele poderia tentar fugir para a Rússia, onde tem amigos e já viveu por um período antes da pandemia de covid-19. De acordo com informações da TV Globo, ele resistiu à prisão, alegou “inocência” e disse que está sendo “injustiçado”.
O empresário passou a ser investigado em agosto de 2022, quando foi filmado agredindo a modelo Helena Gomes em uma academia de luxo em São Paulo e as imagens viralizaram. Depois disso, outras vítimas passaram a procurar a polícia para denunciá-lo por crimes de agressão, estupro, cárcere privado, tortura, armazenamento ilegal de armas, entre outros.
Thiago Brennand desafiava suas vítimas a denunciá-lo, com a certeza da impunidade. Em áudios enviados a uma mulher, a qual ele acusava de difamação, o homem ironizou o risco de ser preso. “Vão me meter na cadeia, ó meu Deus”, disse.
LEIA TAMBÉM: