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“Jogo erótico preliminar”: defesa de Daniel Alves usa nova estratégia para tentar soltura do jogador

Brasileiro está preso na Espanha, desde janeiro, após ser acusado por jovem de estupro

Ele segue preso
Daniel Alves está preso desde janeiro acusado por estupro e aguarda julgamento de novo pedido de liberdade (Reprodução/Instagram)

A defesa do jogador Daniel Alves, que está preso na Espanha há mais de quatro meses acusado de estupro, usa uma nova estratégia para tentar obter a soltura do brasileiro. Em um terceiro recurso enviado à Justiça espanhola, os advogados afirmam que nas imagens de câmeras de segurança da boate “se vê claramente dois adultos desenvolvendo um jogo erótico preliminar ao coito”, ou seja, reforçando a alegação do jogador de que não houve estupro, mas sim sexo consensual.

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Conforme reportagem do site UOL, esse novo recurso de apelação foi apresentado pela defesa no último dia 16 de maio. Até agora, outros dois pedidos de habeas corpus foram negados pela juíza do caso.

A reportagem citou um trecho nos quais a defesa do jogador reforça que a jovem que acusa o jogador de estupro, se envolveu em uma situação de paquera com ele na boate.

“Observa-se na denunciante uma conduta abertamente sexualizada, própria de um galanteio sexual em fase de cortejo”, diz o texto. “Em algum momento, se vê a jovem colocando-se de costas ao atleta, contorcendo-se e roçando os glúteos em movimento com a zona pélvica do denunciado ao ritmo da música.”

Ainda não há previsão de quando o pedido de soltura será analisado pela Justiça espanhola. Enquanto isso, o jogador segue em uma cela no Presídio Brians II.

Lesão na vítima pode ser peça chave

A pena de Daniel Alves pode ser agravada em função de uma lesão encontrada no joelho da jovem que o denunciou. De acordo com reportagem do site UOL, o ferimento foi constatado durante um exame médico feito logo depois que eles se encontraram em uma boate, em Barcelona, e virou peça chave no processo.

O machucado em questão é uma lesão de cerca de cinco centímetros no joelho da jovem, além de um hematoma na mesma região. Além disso, vídeos do circuito de segurança da boate mostraram que ela chegou ao local sem nenhuma dificuldade de locomoção, o que já não acontecia quando ela saiu, quando já apresentava dificuldade em caminhar.

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Assim, a vítima passou por exames de corpo de delito, que identificaram aquela lesão no joelho como sendo decorrente das ações ocorridas dentro do banheiro da boate. A jovem afirma que foi violentada pelo brasileiro e que foi vítima de agressão. Dessa forma, esse machucado poderá reforçar a tese do estupro com uso de violência durante o julgamento, o que pode aumentar a pena do brasileiro.

A reportagem diz que, segundo a nova lei após a reforma do Código Penal espanhol, em 2022, a pena prevista para estupro é de 4 a 12 anos. Caso haja “violência de extrema gravidade” durante a agressão sexual, a pena pode subir para até 15 anos de reclusão.

Xingado na cadeia

Recentemente, um ex-detento do Presídio Brians II contou que Daniel Alves é constantemente xingado pelos outros presos de “estuprador”. A revelação foi feita durante uma entrevista a uma rádio espanhola. O homem também afirmou que o atleta está “magro e abatido”, mas que goza de alguns privilégios, como assistir TV e fazer atividades em um centro esportivo.

“Tem gente mal-educada no refeitório, onde todo mundo está comendo, e batem no vidro [gritando]: ‘Seu viado! Estuprador!’”, relatou o ex-detento, segundo reportagem do jornal “O Globo”.

O ex-colega de prisão também afirmou que o brasileiro é reservado e, nas poucas vezes que conversou com outros presos, alegou que é inocente e que a relação mantida com a jovem, em uma boate, foi consensual. “Foi tudo consentido. [foi] Uma noite de festa”, disse o ex-presidiário sobre o que ouviu de Daniel Alves.

Apesar de ter alguns privilégios, o brasileiro não recebe um cardápio diferenciado. Além disso, segundo o ex-detento, ele costuma se distrair jogando bola com outros presidiários.

“Ele não sai. Ele só sai para o centro esportivo quando joga contra outro módulo. Se não, ele fica lá no módulo ou senta lá na enfermaria, onde a TV está ligada, para ver TV”, disse.

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