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Bombons envenenados: suspeita foi agredida por outras detentas dentro de cadeia, afirma defesa

Juiz determinou que Susane Martins da Silva passe por 'avaliação'; ela é suspeita de matar Lindaci Carvalho

A defesa de Susane Martins da Silva, que foi presa suspeita de enviar os bombons envenenados que mataram a cuidadora de idosos Lindaci Viegas Batista de Carvalho, de 54 anos, no Rio de Janeiro, afirma que ela foi agredida por outras detentas no presídio de Benfica. A denúncia foi feita no sábado (27), quando a mulher passou por uma audiência de custódia e teve a prisão preventiva mantida.

Conforme o jornal “O Globo”, após ser informado sobre as agressões, o juiz Pedro Ivo Martins Caruso D’ippolito pediu que a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) apure o caso. Além disso, o magistrado determinou que Susane passe por uma “avaliação e tratamento médico, tendo em vista relato de diversos problemas de saúde”.

Susane está no presídio de Benfica desde a última quinta-feira (25). Ela foi presa depois que o motoboy Lucas David Bernardes, que fez a entrega do presente a Lindaci, procurou a polícia e indicou que tinha sido contratado por um filho da suspeita. A polícia passou a apurar o caso e descobriu a autoria do presente.

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“Liguei para o delegado e falei: ‘Estou com uma mulher aqui que veio me procurar para dar um telefone e levar o meu’. Peguei no braço dela, levei ela e entreguei à polícia”, disse o motoboy ao “Fantástico”.

O entregador disse que chegou a ser ameaçado de morte por Susane, para que não revelasse que seu filho, que é menor de idade, o tinha contratado para fazer a entrega dos bombons, que continham a substância “terbufós”, um composto químico que é normalmente usado em inseticidas. A motivação do crime teria sido ciúmes.

A defesa de Susane disse que só vai se pronunciar após ter acesso ao inquérito sobre o caso.

Morte de Lindaci

Lenice Batista, irmã da vítima, contou que Lindaci estava recebendo ameaças nas redes sociais. No dia do seu aniversário, ela recebeu uma ligação de um motoboy, que dizia ter uma entrega para ela. Desconfiada, ela pediu que o pacote fosse entregue na loja do namorado, que fica em Vila Isabel.

Ainda segundo o relato dos familiares, Lindaci teria falado com o ex-marido, que teria confirmado ter lhe enviado os doces. Depois disso, ela se tranquilizou e decidiu comê-los, mas começou a passar mal logo depois que deixou o salão de beleza. Ela foi encontrada na rua, revirando os braços e os olhos.

A mulher foi socorrida por policiais militares e levada para o Hospital do Andaraí, mas não resistiu e morreu. A Polícia Civil informou que ainda aguarda o laudo oficial do IML, que deve levar cerca de 30 dias para ser concluído.

Depois da morte, o ex-marido da cuidadora de idosos negou que tivesse enviado os doces e alegou que confirmou a ela na ligação apenas como forma de “brincadeira”.

Ex-namorado em comum

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De acordo com a investigação, Lindaci e Susane tiveram um namorado em comum, em épocas diferentes, identificado como Mário Sérgio. Lindaci já tinha terminado a relação de quatro anos, quando a outra mulher passou a se relacionar e casou com o homem.

No entanto, mesmo após o término, os dois mantiveram contato, o que gerava ciúmes na suspeita. Ela acreditava que o casal a traía e, por isso, decidiu matar a cuidadora de idosos.

“Susane sempre desconfiou que Mario Sérgio estava lhe traindo com Lindaci e resolveu se vingar justamente no dia do aniversário desta para não chamar a atenção, dando-lhe flores e bombons que estavam envenenados”, explicou a polícia, segundo o site G1.

Susane se separou de Mário Sérgio após um relacionamento conturbado, quando o denunciou por agressão, mas mesmo assim ainda quis se vingar de Lindaci. Ela já tinha ameaçado a vítima com uma arma em mensagem enviada nas redes sociais, quando escreveu: “Eu falo pouco, mas faço muito” (veja abaixo).

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Após a indicação do motoboy, a suspeita acabou identificada e teve a prisão temporária expedida pela Justiça. Ela deve responder por homicídio duplamente qualificado, provocado por envenenamento e motivo fútil.

O delegado disse, ainda, que Suzane chorou ao ser presa. “Contou histórias desconexas, disse que foi obrigada por alguém, mas não negou o crime”, relatou o investigador.

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Funcionárias de salão comeram doces

Três funcionárias de um salão de beleza contaram que também comeram os bombons envenenados. Em entrevista ao “Fantástico”, elas disseram que perceberam que os chocolates estavam estranhos, duros, e que chegaram a ter sintomas como a boca inchada após a ingestão dos doces.

“Minha boca estava inchando, mas eu não associei ao chocolate”, revelou a cabeleireira Gisele Oliveira Nascimento, que ressaltou. “Poderia ter sido uma tragédia ainda maior”.

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Segundo Gisele, depois que conseguiu falar com o ex, Lindaci disse para elas que ele confirmou o envio dos doces e que eles estavam “liberados”.

“Com a confiança que ela tinha nele, ‘podemos comer’. Eu corri lá, peguei a barra, e botei na mesinha. Foi quando eu comi um brigadeiro, e depois ela pegou um pedaço maior e foi lá para fora, continuar o telefonema, e comendo”, relatou outra funcionária do salão.

Apesar de terem percebido que algo estava estranho com os chocolates e sentirem sintomas como a boca inchada, as três funcionárias não chegaram a precisar de atendimento médico.

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