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Funcionárias de salão também comeram bombons que mataram mulher: “Chocolate duro, estranho”

Elas contaram que sentiram sintomas como a boca inchada; já Lindaci Carvalho, de 54, não resistiu e morreu

Três funcionárias de um salão de beleza contaram que também comeram os bombons envenenados que mataram a cuidadora de idosos Lindaci Viegas Batista de Carvalho, de 54 anos, no Rio de Janeiro. Em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, elas disseram que perceberam que os chocolates estavam estranhos, duros, e que chegaram a ter sintomas como a boca inchada após a ingestão dos doces.

“Minha boca estava inchando, mas eu não associei ao chocolate”, revelou a cabeleireira Gisele Oliveira Nascimento, que ressaltou. “Poderia ter sido uma tragédia ainda maior”.

Lindaci morreu no último sábado (20), depois que comeu os bombons que recebeu misteriosamente, juntamente com um buquê de flores, no dia do seu aniversário. Ela chegou a desconfiar dos doces e tentou descobrir quem a tinha enviado, mas decidiu comê-los depois que um ex-marido confirmou que tinha enviado o presente. No entanto, ele mentiu.

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“E ela (estava) desconfiada, e eu falei: ‘Me dá aqui que eu vou comer’. Eu fui a primeira a comer. Só comi um pedaço da barra. E parecia crocante, um chocolate crocante”, contou a cabeleireira.

Segundo Gisele, depois que conseguiu falar com o ex, Lindaci disse para elas que ele confirmou o envio dos doces e que eles estavam “liberados”.

“Com a confiança que ela tinha nele, ‘podemos comer’. Eu corri lá, peguei a barra, e botei na mesinha. Foi quando eu comi um brigadeiro, e depois ela pegou um pedaço maior e foi lá para fora, continuar o telefonema, e comendo”, relatou outra funcionária do salão.

Apesar de terem percebido que algo estava estranho com os chocolates e sentirem sintomas como a boca inchada, as três funcionárias não chegaram a precisar de atendimento médico.

Já Lindaci começou a passar mal logo depois que deixou o salão de beleza. Ela foi encontrada na rua, revirando os braços e os olhos. A mulher foi socorrida por policiais militares e levada para o Hospital do Andaraí, mas não resistiu e morreu.

Suspeita foi presa

Depois que a morte da cuidadora de idosos passou a ser noticiada, o motoboy Lucas David Bernardes, que fez a entrega do presente, procurou a polícia e indicou que tinha sido contratado por um filho de Susane. A polícia passou a apurar o caso e descobriu que Susane Martins da Silva mandou os chocolates envenenados para Lindaci.

“Liguei para o delegado e falei: ‘Estou com uma mulher aqui que veio me procurar para dar um telefone e levar o meu’. Peguei no braço dela, levei ela e entreguei à polícia”, disse o motoboy ao “Fantástico”.

O entregador disse que chegou a ser ameaçado de morte por Susane, para que não revelasse que seu filho, que é menor de idade, o tinha contrato para fazer a entrega dos bombons, que continham a substância “terbufós”, um composto químico que é normalmente usado em inseticidas. A motivação do crime teria sido ciúmes.

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Ex-namorado em comum

De acordo com a investigação, Lindaci e Susane tiveram um namorado em comum, em épocas diferentes, identificado como Mário Sérgio. Lindaci já tinha terminado a relação de quatro anos, quando a outra mulher passou a se relacionar e casou com o homem.

No entanto, mesmo após o término, os dois mantiveram contato, o que gerava ciúmes na suspeita. Ela acreditava que o casal a traía e, por isso, decidiu matar a cuidadora de idosos.

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“Susane sempre desconfiou que Mario Sérgio estava lhe traindo com Lindaci e resolveu se vingar justamente no dia do aniversário desta para não chamar a atenção, dando-lhe flores e bombons que estavam envenenados”, explicou a polícia, segundo o site G1.

Susane se separou de Mário Sérgio após um relacionamento conturbado, quando o denunciou por agressão, mas mesmo assim ainda quis se vingar de Lindaci. Ela já tinha ameaçado a vítima com uma arma em mensagem enviada nas redes sociais, quando escreveu: “Eu falo pouco, mas faço muito” (veja abaixo).

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Após a indicação do motoboy, a suspeita acabou identificada e teve a prisão temporária expedida pela Justiça. Ela deve responder por homicídio duplamente qualificado, provocado por envenenamento e motivo fútil.

O delegado disse, ainda, que Suzane chorou ao ser presa. “Contou histórias desconexas, disse que foi obrigada por alguém, mas não negou o crime”, relatou o investigador.

A suspeita foi levada na última quinta-feira (25) para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, onde aguardará pela audiência de custódia. A defesa dela disse que não vai se pronunciar até ter acesso a todo o inquérito sobre o caso.

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