Jeander Vinícius da Silva Braga, de 29 anos, que foi preso por envolvimento na morte do ator Jeff Machado, de 44 anos, encontrado enterrado dentro de um baú, em Campo Grande, no Rio de Janeiro, disse à polícia que foi chantageado por Bruno de Souza Rodrigues, de 37, após o crime. Segundo o site G1, o suspeito afirmou em um novo depoimento que o “amigo” ameaçou revelar a sua esposa sobre os encontros e ressaltou “já ter matado outras pessoas”.
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No primeiro depoimento, Jeander afirmou que a vítima tinha sido morta por um homem, depois identificado apenas como Marcelo, e que ele e Bruno tinham sido obrigados a ocultar o corpo. No entanto, depois, acabou confessando o envolvimento no assassinato e revelou que o ator foi drogado e um fio de telefone foi usado para enforcá-lo enquanto ele estava desacordado. A polícia já tinha negado a possibilidade do envolvimento de mais alguém no caso.
Conforme a reportagem, Jeander mudou a versão em segundo depoimento e alegou que foi chantageado por Bruno, que teria ameaçado revelar para sua esposa que ele fazia programas sexuais e que avisou “já ter matado outras pessoas”.
Além disso, um dia antes de ser preso, ele alega que foi procurado por uma advogada, que teria sido contratada pelo produtor, que pediu que ele se hospedasse em um hotel, formatasse o celular e trocasse o chip, pois, “se a polícia tivesse acesso às mensagens do seu celular, daria m*rda”.
Por enquanto, Bruno Rodrigues segue foragido. Segundo a polícia, o homem, que se apresentava como produtor da TV Globo, planejou o crime um mês antes para tirar vantagem financeira da vítima. Ele prometia a escalação em novelas e chegou a receber R$ 18 mil.
No entanto, ele trabalhou na TV Globo até 2018, quando foi demitido. Em nota, a emissora informou que forneceu à polícia os detalhes sobre o desligamento, sem divulgar mais detalhes sobre o ex-funcionário.
As defesas de Bruno e Jeander não foram encontradas para comentar o caso até a publicação desta reportagem.
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Jeff ‘implorou’ por escalação em novela
A polícia diz Jeff Machado caiu em uma armadilha acreditando que seria escolhido para trabalhar em uma novela. Um áudio exibido pelo “Fantástico”, no domingo (4), mostrou que o artista chegou a “implorar” pelo trabalho.
“Bruno, não desiste de mim, cara, me dá uma força, entendeu? Eu queria muito trabalhar e eu também preciso, né, Bruno? Meu dinheiro já acabou, entendeu? Eu vou até tentar conseguir. Me dá uma previsão”, pediu o ator.
Porém, tudo não se passou de um golpe. Segundo os policiais, Jeff e Bruno chegaram a ter um relacionamento e acabaram se tornando amigos, o que fez com que o produtor conseguisse “usar a ambição de Jeff” em benefício próprio uma vez que passava por dificuldades financeiras.
“Jeff era a vítima perfeita para quem desejasse obter vantagens econômicas. Um jovem que não possuía familiares no Município do Rio de Janeiro, que morava sozinho, em um imóvel situado em local ermo, sem um emprego fixo”, destacou a polícia.
“Estes fatores favoreciam consideravelmente a criação de uma história que justificasse a mudança da vítima em busca de novos desafios profissionais, sem que isso pudesse, à primeira vista, ser vislumbrado como alto anormal.”
Suspeito tentou apagar rastros da vítima
Ainda conforme o “Fantástico”, após a morte de Jeff, Bruno Rodrigues tentou vender o carro dele em pelo menos três concessionárias. Um vídeo divulgado no programa mostrou ele com o veículo na frente de uma loja, no entanto, não conseguiu avançar com o plano.
“A venda só não foi concretizada porque o Bruno não encontrou no apartamento de Jeff o documento de compra e venda do veículo”, revelou a delegada Elen Souto.
E a investigação ainda apontou que o produtor tentou apagar os rastros da vítima, alegando que ele tinha deixado o Rio de Janeiro para fazer um trabalho e não tinha mais voltado. Nas semanas seguintes ao crime, ele se livrou dos cachorros da vítima, chegou a denunciar o desaparecimento e falava com os parentes da vítima, demonstrando estar preocupado com o ator.
A família da vítima afirma que Bruno estava com cartões os bancários e as chaves do carro e da casa do artista.
No entanto, no último dia 22, o corpo de Jeff Machado foi encontrado enterrado em um baú, em uma casa alugada. A investigação apontou que foi Bruno quem alugou o imóvel e o quebra-cabeças começou a ser montado.
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