Um homem que tentava reatar o relacionamento com a ex-mulher acabou virando alvo de um inquérito da Polícia Civil de Confresa, no Mato Grosso. O rapaz denunciou que foi capturado por um ex-companheiro da amada, quando teria sido torturado e teve orelhas arrancadas. No entanto, a investigação apontou que ele se automutilou horas depois de pesquisar na internet como poderia se cortar com segurança.
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O homem procurou a polícia e denunciou que teria sido torturado por quatro pessoas encapuzadas, que teriam o levado para uma região de mata, no dia 29 de maio deste ano. Uma investigação foi instaurada e a polícia chegou a investigar um suspeito pelo suposto crime, mas os agentes acabaram descobrindo que ele mesmo tinha cortado as próprias orelhas.
“Ele primeiro narrou que teria sido capturado por quatro homens e levado para uma região de mata. Depois, disse que teria se envolvido com uma mulher casada e que o marido dela teria ido atrás dele, torturado e cortado orelhas dele sozinho. Depois deu outras versões mentirosas. Testemunhas próximas a ele disseram que o homem costumava mentir muito. Não tinha credibilidade nenhuma. Chegamos à conclusão que ele estava mentindo porque estava com vergonha de assumir o que fez”, disse o delegado Victor Donizete de Oliveira Pereira ao jornal “O Globo”.
“Houve o constrangimento dessa pessoa em razão da denúncia dele. Era uma pessoa aleatória, não tinha relação nenhuma com a vítima. Ele citou o carro dessa pessoa e, inicialmente, as informações batiam. Mas depois verificamos que não tinha nada a ver, o carro era até de outra cor. Eles não se conheciam nem de vista”, disse o investigador.
Pesquisas na internet
Ainda segundo Pereira, no dia em que teria sido sequestrado, o homem fez pesquisas na internet sobre “como cortar orelha de cachorro”, “como cortar orelha de um homem” e “quais os perigos”. Naquela mesma data, ele se automutilou. Dois dias depois, procurou a polícia para relatar a suposta tortura.
Após constatar a fraude, a polícia indiciou o homem pelo crime de denunciação caluniosa, cuja pena pode chegar a oito anos de prisão.
“Devido à gravidade da denúncia, de tortura, a gente empenhou bastantes esforços para resolver o caso, acreditando que ele era vítima. A gente largou outras coisas importantes para resolver o caso. Isso causou bastante atraso em outras investigações e não pode ficar impune”, ressaltou o delegado.
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