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Justiça solta jovens suspeitas pela morte de líder ambiental em SP; dois rapazes seguem presos

Juíza considerou que as duas garotas colaboram e seguirão respondendo ao caso em liberdade

A Justiça de São Paulo revogou a prisão preventiva de Mikaelly da Silva Santos e Katielle Souza Santos, presas desde agosto do ano passado por envolvimento na morte do líder ambiental Adolfo Souza Duarte, conhecido como Ferrugem, que foi encontrado sem vida após um passeio de barco pela Represa Billings, na Zona Sul de São Paulo.

Conforme o site G1, a juíza Isabel Begalli Rodriguez, da 3ª Vara do Foro Central Criminal, considerou que as duas garotas colaboraram com as investigações policiais e se apresentaram espontaneamente à delegacia sempre que foram convocadas. Assim, deverão responder ao caso em liberdade.

Já Mauricius da Silva e Vithorio Alax Silva Santos, também presos pelo assassinato, tiveram suas prisões mantidas.

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“A prova produzida até o momento reforça a necessidade da segregação cautelar dos acusados, uma vez que indica que houve ajuste de versões dos fatos para impedir a apuração do ocorrido e até mesmo notícia de ameaças, especialmente por parte do corréu Vithorio, para que os demais corréus apresentassem versão mais favorável dos fatos”, destacou Rodriguez.

Relembre o caso

De acordo com o boletim de ocorrência, Adolfo saiu por volta das 19h30 do último dia 1º de agosto da região conhecida como Cantinho do Céu. Ele costumava fazer passeios pela Represa Billings e foi contratado pelos dois casais.

Em depoimento à polícia, um dos passageiros contou que logo após o início do passeio o barco deu um tranco e uma das jovens caiu na água. Ferrugem, então, mergulhou para resgatá-la. A garota foi salva pelos demais ocupantes da embarcação, mas o líder ambiental não foi mais encontrado.

Assim, os passageiros conduziram o barco de volta ao ponto de partida. Eles disseram que, ao chegar, foram agredidos por populares ao contar sobre o desaparecimento de Ferrugem.

Apesar das alegações dos suspeitos, a polícia diz que as lesões encontradas no corpo da vítima indicam que houve luta corporal e que Ferrugem foi morto antes de ser jogado na água da represa. Ainda assim, os quatro continuavam negando o crime e alegando que se tratava de um acidente.

Adolfo era formado em história e coordenava uma ONG de defesa do meio ambiente, a Meninos da Billings. A esposa dele, Uiara Duarte, acompanhou o trabalho dos bombeiros até que o corpo foi localizado, dias depois do desaparecimento.

Mudança de versão

No último dia 6 de setembro, a Polícia Civil e a Polícia Técnico-Científica realizaram uma reconstituição da morte de Ferrugem. Os jovens suspeitos participaram da reprodução simulada, quando cada um deu sua versão dos fatos. Tudo foi fotografado por peritos do Instituto de Criminalística (IC).

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Depois do procedimento, Mauricius prestou novo depoimento sem seus advogados. Na ocasião, ele mudou a versão e disse que Vithorio atacou o ambientalista por ciúmes.

Conforme o relato, Ferrugem dançava com Mikaelly, quando Vithorio assumiu o comando do barco e deu um tranco. A jovem e o líder ambiental conseguiram subir de volta ao barco, mas Mauricius disse que ficou na parte da frente da embarcação para auxiliar a garota. Nesse tempo, a vítima estava na parte de trás com o amigo. Assim, ele não viu mais o que aconteceu.

Confrontados com a versão de Mauricius, os outros três envolvidos continuaram alegando que a morte de Ferrugem foi em decorrência da queda do barco. No dia 24 de setembro, a Justiça determinou a prisão temporária dos quatro investigados, depois que a polícia utilizou trocas de mensagens entre eles para sustentar que tentaram articular versões.

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