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Caso Daniel Alves: Justiça espanhola nega pedido de liberdade pela terceira vez e jogador segue preso

Fase de instrução do processo está perto do fim, mas ainda não há previsão sobre o julgamento

Ele segue preso na Espanha
Daniel Alves está preso desde o dia 20 de janeiro em Barcelona, na Espanha, após ser acusado de estupro (Reprodução/Instagram)

O jogador Daniel Alves, que está preso desde janeiro deste ano acusado de estuprar uma jovem, na Espanha, teve o terceiro pedido de liberdade negado pela Justiça daquele país. A decisão saiu na manhã desta segunda-feira (12) e definiu que o brasileiro seguirá detido preventivamente até o julgamento do caso, que ainda não tem previsão para acontecer.

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De acordo com reportagem do site UOL, os advogados de defesa do jogador alegaram no pedido de habeas corpus que não há riscos de que ele deixe a Espanha e, para reforçar essa tese, destacaram que os filhos do brasileiro estão de mudança para Barcelona.

No entanto, os juízes da Audiência de Barcelona consideraram que o processo de mudança “parece ter sido feito para este fim, pois aconteceu no mesmo dia em que foi negada a liberdade”, referindo-se ao segundo recurso negado, em maio passado.

Assim, os magistrados destacaram que o jogador deverá permanecer preso até o julgamento do processo, que está em fase final de instrução. Uma perícia psicológica ainda deverá ser realizada nos próximos dias. Assim, há uma expectativa de que o caso comece a ser julgado no último trimestre deste ano, mas por enquanto nenhuma data foi marcada.

Relembre o caso

O jogador brasileiro é acusado por uma jovem de 23 anos por agressão sexual dentro do banheiro de uma boate em Barcelona, no dia 30 de dezembro do ano passado. A garota declarou que estava com amigas e que elas foram convidadas a subir à zona VIP por um grupo de garotos mexicanos. Um garçom, então, as convidou para sentar na mesa de Daniel Alves e um acompanhante. Elas se recusaram no início, mas “o cliente insistiu, e o garçom destacou que se tratava de um ‘amigo’”.

Finalmente, as moças aceitaram se sentar à mesa. Depois de um tempo conversando, contou a vítima, Daniel Alves “começou a ‘fazer o bobo’ com as três, enganchando-se muito e tocando-as”. Além disso, em várias ocasiões, “pegou-lhe com força a mão e Alves e colocou-a em seu pênis”, enquanto ela tentava evitá-lo. Mais tarde, o brasileiro lhe apontou uma porta e obrigou-a a segui-lo e a entrar”.

A vítima denunciou que, já no banheiro, “Alves a obrigou a sentar-se em cima dele, a atirou ao chão, a obrigou a praticar sexo oral, a que ela resistiu ativamente, a esbofeteou, a levantou do chão e a penetrou até ejacular”.

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Quando foi prestar depoimento na delegacia de Barcelona sobre a acusação de estupro, Daniel Alves negou conhecer a vítima. Porém, quando confrontado pela juíza sobre uma tatuagem íntima que ele tem entre o abdômen e a virilha, descrita pela vítima, ele confessou ter tido relações com ela, mas de forma consentida.

Pesam contra ele ainda imagens das câmeras internas da boate, que mostram que ele ficou cerca de 15 minutos no banheiro com a vítima e declarações de outra mulher que disse ter sido assediada e “tocada” nas partes íntimas pelo jogador naquela mesma noite. Os exames médicos feitos na mulher que o denunciou também confirmam o estupro.

Assim, o brasileiro foi preso no dia 20 de janeiro deste ano e permanece à disposição da Justiça espanhola.

Jogador Daniel Alves
Daniel Alves já deu várias versões sobre o que aconteceu, mas nega ter estuprado a jovem (Reprodução/Instagram @danialves)

‘Atração sexual mútua’

Dani Alves voltou se encontrar com o juiz que cuida do seu caso recentemente, a pedido de sua defesa, para apresentar sua última versão sobre a acusação de estupro.

A nova declaração não durou mais de trinta minutos e ele disse que realmente manteve relação sexual com a mulher que o acusa, mas foram “consentidas por ambas as partes” e que as versões que ele deu anteriormente foram feitas porque ele se preocupava com o que sua ex-mulher, Joana Sanz, pensaria dele.

Segundo o jogador, houve uma “atração sexual mútua” e que enquanto dançavam ele propôs a ela que fossem juntos ao banheiro, onde ela praticou “felação” e em seguida fizeram “penetração vaginal”, ejaculando fora do corpo da jovem.

Segundo ele, a jovem ficou irritada quando ele propôs que ambos deveriam sair separados e por ele não dar mais bola para ela fora do banheiro, o que segundo ele ocorreu porque não a viu novamente.

Lesão no joelho da vítima

A procuradora que participou da audiência questionou o acusado sobre como ele justificava, então, a lesão que a mulher apresentava no joelho, e Dani respondeu que ela se machucou por conta da posição que ficou enquanto praticava sexo oral nele.

Conforme o site UOL, que teve acesso com exclusividade a documentos do caso, o machucado em questão tem cerca de cinco centímetros no joelho da jovem, além de um hematoma na mesma região. A vítima passou por exames de corpo de delito, que identificaram aquela lesão como sendo decorrente das ações ocorridas dentro do banheiro da boate. Esse ferimento pode ser uma peça chave no processo e aumentar a pena do brasileiro.

A reportagem diz que, segundo a nova lei após a reforma do Código Penal espanhol, em 2022, a pena prevista para estupro é de 4 a 12 anos. Caso haja “violência de extrema gravidade” durante a agressão sexual, a pena pode subir para até 15 anos de reclusão.

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