Os dois alunos baleados em um ataque ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, na manhã desta segunda-feira (19), eram namorados. Karoline Verri Alves, de 15 anos, e Luan Augusto, de 16, oficializaram o relacionamento nas redes sociais em maio do ano passado. A garota não resistiu aos tiros e morreu. Já o garoto foi ferido na cabeça e socorrido em estado grave.
ANÚNCIO
Familiares dos dois alunos confirmaram ao site G1 que eles namoravam. Uma amiga do casal contou, em entrevista à imprensa local, que Karoline avisou que iria até o pátio jogar ping-pong com Luan e, logo depois, houve o ataque. Segundo ela, a adolescente sonhava em ser professora.
O caso aconteceu por volta das 9h de hoje. Conforme a Polícia Militar, o atirador, que é ex-aluno do colégio, foi até a direção para solicitar alguns documentos, como seu histórico escolar. No entanto, quando já estava lá dentro, sacou a arma e atirou contra os alunos. A motivação do crime é desconhecida.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o desespero de pais e estudantes na porta da escola após o ataque (veja abaixo).
Após o tiroteio, o autor foi preso e levado para uma delegacia em Londrina. Ele também levava um machado dentro de uma mochila, mas não chegou a usar o equipamento no ataque.
Já Luan, que foi atingido na cabeça, foi socorrido e levado com quadro grave para o Hospital Universitário de Londrina (HU). Ainda não há mais detalhes sobre o estado de saúde dele.
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), lamentou o caso nas redes sociais e decretou luto oficial de três dias. “A violência do brutal ataque em uma escola estadual em Cambé causa indignação e pesar. O assassino foi preso, será julgado e condenado pelo crime bárbaro que cometeu”, escreveu ele no Twitter.
ANÚNCIO
Desde 2002, o Brasil registrou 31 ataques em escolas. Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aponta que, nesses casos, pelo menos 25 alunos morreram, além de quatro professoras, uma coordenadora e uma inspetora. Também foram registrados suicídios de cinco dos atiradores.
Aluna conta como escapou
A estudante Isabela Laurentino, de 18 anos, que estava no colégio, conta como escapou dos tiros. Ela disse que percebeu a aproximação do rapaz armado e viu quando ele atirou contra Karoline e Luan.
“Um casal de jovens que estava jogando ping-pong, a mesa fica do lado de fora, na hora que o menino olhou para trás e viu que era um menino com o revólver e ele abaixou, nessa hora, um tiro veio e bateu na menina. Eu só vi ela caindo dura no chão. Foi horrível”, relatou a estudante ao site G1.
Conforme Isabela, ela estava no refeitório com algumas amigas quando elas escutaram tiros. Logo depois, viram o atirador por meio de uma fresta no portão e, na sequência, o diretor da unidade pediu que os alunos se escondessem nas salas.
“Na hora a gente estava sentado no refeitório, eu e umas amigas. Na hora escutamos três tiros, tipo bombinha. Quando viramos, tinha um menino na fresta do portão. Aí a gente falou, não vamos fazer barulho e correr. Na hora que a gente viu, ele já tinha passado, por outro lado. Só via as faíscas do revolver saírem”, relatou a estudante.
LEIA TAMBÉM: