Vítimas do ginecologista e obstetra Felipe Sá, de 40 anos, que foi preso suspeito de abusar sexualmente de pacientes durante consultas, em Maringá, no Paraná, relatam como o homem agia. Em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, uma delas, que estava grávida no momento do crime, contou que ele sugeria o uso de hipnose e insistia para que as mulheres se masturbassem durante o atendimento.
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“Durante todo o pré-natal, meu marido me acompanhou. E aí teve uma consulta que eu acabei indo sozinha. Ele pediu pra que eu fechasse os olhos, que eu me imaginasse num lugar paradisíaco, contou até dez, estralou os dedos. Mas nenhum momento eu estava hipnotizada, eu estava em sã consciência. Ele falou: não, é sério. Se imagine tendo relações sexuais só com coisas que estejam dentro dessa sala. Aí ele começou a pegar pesado do tipo, você se tocaria agora?”, relata a mulher.
“‘Sinta-se à vontade, eu sou profissional o suficiente para poder separar as coisas,’ ‘eu não vou ficar excitado ‘e ele foi insistindo, de eu me tocar, deu tirar minha blusa. Ele falou assim: ‘qual é a diferença de eu te examinar e ver teus seios e agora você tirar a sua roupa?’ Falei porque eu entendo que são coisas diferentes. Não tem por que eu me expor aqui pra você dessa forma”, relatou a vítima.
Pelo menos três pacientes procuram a polícia para denunciar o ginecologista. Após a repercussão, esse número aumentou. Segundo o delegado Dimitri Monteiro, responsável pelo caso, Felipe Sá utilizava o “universo de fragilidade feminina” para praticar os crimes.
“Ele criava um ambiente de segurança antes. Ele até abordava o tema de empoderamento feminino, papel da mulher na sociedade para cativá-las, criar confiança para, durante o exame, praticar supostamente esses atos, esses abusos sexuais”, disse o investigador.
Sobre o uso de hipnose, o delegado destacou que o ginecologista não era graduado na área. “A gente fez um estudo bem, bem amplo sobre a vida acadêmica dele, a gente não achou qualquer curso de formação sobre a temática envolvendo hipnologia a gente acredita que ele tentou utilizar esse artifício justamente pra facilitar o emprego dessa suposta prática criminosa”, destacou Monteiro.
O que diz a defesa?
Ao “Fantástico”, a defesa do ginecologista afirmou que ele é inocente. “As alegações contra o meu cliente são infundadas e não condizem em nada com seu histórico profissional. No mais, todos os elementos da defesa serão apresentados durante o transcurso do processo judicial”, destacou o defensor.
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O médico está preso temporariamente por 30 dias, desde a última quinta-feira (15), prazo que poderá ser prorrogado pela Justiça enquanto a polícia conclui as investigações. Ele é acusado de violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável.
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