O casal Karoline Verri Alves, de 17 anos, e Luan Augusto, de 16, estava “sempre junto” e tinha muitos projetos para o futuro. Pai da garota, Dilson Antônio Alves lamentou que os dois tiveram os “planos interrompidos” de uma maneira tão brutal no colégio em que estudavam, em Cambé, no Paraná. Um jovem de 21 anos, que atirou nos namorados, e outro suspeito de envolvimento no caso, seguem presos.
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“Os dois quando começaram a namorar passaram a fazer tudo juntos. Sempre felizes no trabalho para igreja, com planos futuros. E foi interrompido de uma forma brutal”, lamentou Dilson em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, durante o velório de Karoline.
O homem disse que Luan era “um menino de Deus”, que sempre respeitou a filha dele a toda a família. Ele ressaltou que os adolescentes eram atuantes na Paróquia Santo Antônio.
O pai disse, ainda, que Karoline era uma garota sorridente e que gostava de fazer planos. “O sonho dela era casar, ter filhos, ser professora, fazer um curso de gastronomia. Ela tinha planos para ir aos Estados Unidos, ficar um tempo lá e depois voltar”, revelou.
“A gente está aqui chorando os mortos, uma tragédia que não tem como explicar, o que aconteceu e como aconteceu. Foi muito violento”, lamentou o pai.
O corpo de Karoline é velado na igreja em que ela frequentava e, às 17h, deverá ser sepultado no Cemitério Municipal de Cambé. Os detalhes sobre a despedida de Luan ainda não foram divulgados.
Prisão dos suspeitos
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que o autor do crime, que tem 21 anos, foi preso e já tinha feito um ataque com faca em uma outra escola, no ano passado, quando chegou a ser denunciado pelo Ministério Público. Na época, a Polícia Militar foi acionada, mas ele fugiu.
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Agora, em depoimento, o rapaz disse à polícia que não conhecia as vítimas e que cometeu o ataque como forma de retaliação pelo que sofreu na escola no passado, já que ele é ex-aluno da instituição. Ele teria planejado a ação por pelo menos quatro anos e pretendia matar o maior número de vítimas.
“O que ele relata é que ele não tem nenhum vínculo com essas pessoas que ele atingiu”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira.
Na noite de segunda-feira (19), a polícia prendeu um segundo suspeito de envolvimento no caso. Ele teria ajudado o atirador a planejar o atentado. Não foram divulgados mais detalhes sobre a participação do detido.
Relembre o caso
O caso aconteceu por volta das 9h de segunda-feira no Colégio Estadual Professora Helena Kolody. Conforme a Polícia Militar, o atirador foi até a direção alegando que iria solicitar alguns documentos, como seu histórico escolar. No entanto, quando já estava lá dentro, sacou a arma e atirou contra os alunos. A motivação do crime é desconhecida.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o desespero de pais e estudantes na porta da escola após o ataque (veja abaixo).
O prestador de serviços Joel de Oliveira, de 62 anos, afirma que fingiu ser um policial para imobilizar e impedir que o atirador fizesse mais vítimas.
“Falei: ‘sou policial, para’. Aí consegui dominar ele lá, deitei ele no chão e segurei até a polícia chegar. Não tive medo, na hora eu vim tentar salvar mais crianças”, disse o idoso em entrevista ao site G1.
Joel disse que trabalhava ao lado da escola quando ouviu o barulho dos tiros e o desespero dos alunos. Assim, correu para o local. “Eu ouvi o tiro lá dentro, eu entrei ali e vi o que podia fazer pra salvar as crianças, porque estava todo mundo correndo, aí senti que tinha que fazer alguma coisa”, contou.
Dentro da escola, o idoso disse que parou bem em frente ao atirador, que disparava contra uma vidraça. O idoso estava com um celular na mão e acredita que o rapaz pensou que se tratava de uma arma. Depois disso, ele acabou rendido até a chegada da Polícia Militar.
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