O mineiro Begoleã Fernandes, de 25 anos, preso acusado de matar o brasileiro Alan Lopes, de 22, em Amsterdã, na Holanda, passou por uma audiência de custódia na quinta-feira (22), quando teve a prisão prorrogada por mais 90 dias. De acordo com o Ministério Público holandês, apesar de alegar que cometeu o crime por legítima defesa, a investigação apontou que a vítima foi morta com mais de 100 facadas.
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“O Ministério Público suspeita que o brasileiro de 25 anos tenha matado Alan Lopes (22) em Amsterdã em 26 de fevereiro de 2023, esfaqueando-o deliberadamente mais de 100 vezes. Lopes foi atingido na cabeça, pescoço e tórax, entre outros locais”, destacou o órgão em nota enviada ao site UOL.
Begoleã foi detido no último dia 27 de fevereiro, quando estava no aeroporto de Lisboa, em Portugal. De acordo com a imprensa portuguesa, ele mandou um áudio a um amigo para pedir dinheiro para sair da Holanda, onde morava. Ele contou ter sido convidado para um churrasco na casa de Alan, mas que, por suspeitar que o brasileiro era um canibal e planejava comê-lo, levou uma faca e agiu em legítima defesa.
Ao ser preso, Begoleã teria dito aos agentes do Serviço de Emigração e Fronteiras de Portugal que Alan, para quem ele devia dinheiro, tentou cobrar a dívida antes do crime. Mesmo assim, ele ressaltou que a motivação do homicídio foi o temor de ser vítima de canibalismo por parte do amigo.
Irmã de Alan, Kamila dos Anjos Lopes confirmou que Alan trabalhava em um açougue, mas negou que ele matasse pessoas lá ou fosse um canibal.
“Não sei se em algum momento ele [Begoleã Fernandes] estava com alguma alteração psicológica e criou isso na cabeça dele, acreditou. A gente não sabe, de verdade, como, quando, onde e porque isso de fato aconteceu, o que ele criou na mente dele para acreditar em uma história dessa. Ele [Alan] não era canibal”, ressaltou a irmã.
O caso segue sendo investigado pela polícia holandesa, que descreveu Begoleã como “perigoso, psicótico e com treino de artes marciais”. Ainda não há uma previsão de quando ele será formalmente ouvido e julgado pela justiça local.
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A defesa do mineiro não foi encontrada para comentar sobre a prorrogação da prisão dele.
Carne humana
Begoleã foi preso em Lisboa ao chegar de um voo vindo da Holanda. Ele iria embarcar para o Brasil, mas foi detido com um documento italiano falso.
Mais tarde, as autoridades descobriram que havia um mandado de prisão em seu nome emitido na Holanda. Na sua bagagem, foi encontrada uma embalagem de plástico contendo carne humana.
Segundo o jornal português “Correio de Manhã”, a carne foi analisada no IML (Instituto de Medicina Legal) de Lisboa, mas ficou comprovado que a amostra investigada não pertence a Alan. O caso segue em apuração para tentar identificar a identidade da vítima.
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