Após denúncias de maus-tratos por parte de dezenas de pais de alunos e professores, a Justiça decretou a prisão temporária dos donos da escola particular Pequiá, que fica no Cambuci, na Zona Sul de São Paulo. Vídeos que circulam nas redes sociais mostraram que os estudantes eram submetidos a uma série de humilhações como forma de castigo (assista abaixo).
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Na semana passada, pais e professores denunciaram os casos de maus-tratos registrados na escola. A Polícia Civil instaurou uma investigação e, após a oitiva de 14 testemunhas, pediu a prisão dos donos da escola, Andrea Carvalho Alves Moreira e Eduardo Mori Kawano.
Nesta segunda-feira (26), após a Justiça decretar a prisão do casal, policiais fazem buscas para cumprir o mandado.
“A Polícia Civil realiza diligências para localizar e prender os responsáveis por uma escola infantil, investigada por maus-tratos, na Vila Mariana, após o Poder Judiciário atender ao pedido de prisão feito pela autoridade policial do 6º Distrito Policial”, diz uma nota da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).
Logo após a repercussão do caso, a defesa dos donos da escola disse ao site G1 que não tinha tido acesso ao inquérito, e que, por enquanto, podia esclarecer que o casal nega veementemente as acusações e é totalmente inocente.
Já a Secretaria Estadual da Educação informou que abriu um processo administrativo diante das denúncias recebidas.
Humilhações como castigo
As denúncias começaram depois que uma professora conseguiu esconder um celular e gravar o momento em que um menino foi amarrado em um poste, por meio das mangas da blusa. Depois de fazer a filmagem, ela procurou a delegacia e registrou um boletim de ocorrência.
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A docente disse que os casos de humilhação contra os estudantes eram constantes na escola, como forma de castigo quando eles não se comportavam. Segundo ela, eram os donos quem aplicavam essas punições.
O delegado Fábio Daré, responsável pela investigação, disse que obteve várias imagens que mostram que os alunos eram submetidos a várias situações vexatórias.
“A princípio [a investigação] foi [aberta] por maus-tratos e submeter criança a situação vexatória. Mas pelos relatos, pela gravidade dos relatos, eu incluí a tortura. Por alguns indícios que eu tinha das oitivas. As filmagens são tristes, revoltantes e isso causou muita revolta na gente, nas mães, nos pais”, disse o investigador.
Uma ex-funcionária da unidade disse à TV Globo que a postura era antiga e que, em 2016, já tinha denunciado o caso, mas nada foi feito. “Eu mandei o email no horário de almoço, afirmando que os donos maltratavam as crianças, xingavam e aplicavam punições. Na época, me disseram que eu deveria procurar a Secretaria e me expor, algo que eu não queria”, relatou.
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