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“Paguei para meu filho ser torturado”, lamenta mãe de aluno amarrado em poste em escola de SP

Justiça decretou a prisão dos donos da unidade, mas eles não foram achados e são considerados foragidos

A mãe do menino que apareceu em um vídeo amarrado pela blusa em um poste dentro da escola Pequiá, na Zona Sul de São Paulo, diz que a criança teve que iniciar um tratamento psicológico após o episódio. Após a divulgação das imagens e denúncias de dezenas de pais e professores, a polícia investigou o caso e a Justiça decretou a prisão dos donos da unidade particular. No entanto, eles não foram achados e já são considerados foragidos.

O vídeo em que o menino aparece amarrado foi registrado em setembro do ano passado, quando o garoto tinha 6 anos. Em entrevista ao site UOL, a mãe, que não será identificada para proteger o menino, disse que não suspeitou que ele estivesse sendo castigado na escola, mas estranhou uma mudança de comportamento repentina dele. Desde o início deste ano, ele estuda em outro local.

“Ele ficou agressivo com os coleguinhas e passou a desrespeitar os professores, como se esperasse ter algum tipo de punição. Eu paguei mensalidade em uma escola para que o meu filho fosse torturado. Ele passou por algo que vai ficar marcado para sempre na vida dele”, lamentou a mãe.

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A mulher disse que demorou a perceber que se tratava do filho dela nas imagens, pois a criança aparecia com o rosto desfocado. Ao ver as imagens originais, ela ficou revoltada. “Senti dor, porque não pude estar por perto para protegê-lo”, disse ela.

Humilhações como castigo

As denúncias começaram depois que uma professora conseguiu esconder um celular e gravar o momento em que o menino foi amarrado em um poste, por meio das mangas da blusa. Depois de fazer a filmagem, ela procurou a delegacia e registrou um boletim de ocorrência.

A docente disse que os casos de humilhação contra os estudantes eram constantes na escola, como forma de castigo quando eles não se comportavam. Segundo ela, eram os donos quem aplicavam essas punições.

O delegado Fábio Daré, responsável pela investigação, disse que obteve várias imagens que mostram que os alunos eram submetidos a várias situações vexatórias, além do relato de dezenas de pais e professores.

“A princípio [a investigação] foi [aberta] por maus-tratos e submeter criança a situação vexatória. Mas pelos relatos, pela gravidade dos relatos, eu incluí a tortura. Por alguns indícios que eu tinha das oitivas. As filmagens são tristes, revoltantes e isso causou muita revolta na gente, nas mães, nos pais”, disse o investigador.

A Secretaria Estadual da Educação informou que abriu um processo administrativo diante das denúncias recebidas.

Foragidos

Na segunda-feira (26), a Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária dos donos da escola, mas eles não foram encontrados pela polícia nos endereços pertencentes a eles. Assim, a dupla já é considerada foragida.

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Logo após a repercussão do caso, a defesa dos donos da escola disse ao site G1 que não tinha tido acesso ao inquérito, e que, por enquanto, podia esclarecer que o casal nega veementemente as acusações e é totalmente inocente.

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