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Jovem é internada por causa de infecção urinária e acaba com pés e mãos amputados: “Recomeço”

Gabrielle Barbosa, 20, ainda tenta se adaptar à nova realidade, mas comemora o fato de estar viva

Jovem ainda tenta se adaptar à nova realidade
Gabrielle Barbosa, de 20 anos, conta como teve os pés e mãos amputados após infecção urinária (Reprodução/O Globo)

A jovem Gabrielle Barbosa, de 20 anos, que mora em Franca, no interior de São Paulo, buscou atendimento médico no fim do ano passado por causa de uma infecção urinária. O que ela não imaginava é que o quadro iria se agravar e, em março deste ano, acabou internada por conta de uma infecção generalizada, que resultou na amputação dos seus pés e mãos.

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Em entrevista ao jornal “O Globo”, a jovem disse que, apesar dos inúmeros desafios que enfrenta, ainda comemora o fato de estar viva e agradece pelo apoio que tem recebido de muita gente.

“Eu sempre pensei que existem pessoas boas, mas nunca imaginei que fossem tantas. Estou muito feliz porque vejo que a bondade do mundo prevalece. Tem gente que não ajuda com dinheiro, mas tenho recebido muitas mensagens lindas e orações também. É muito bonitinho ver esse carinho. Não é porque aconteceu uma coisa ruim que está tudo acabado. Tudo tem um recomeço”, afirma.

O drama de Gabrielle começou em dezembro do ano passado, quando ela sentiu dores ao urinar e procurou atendimento médico, quando foi diagnosticada com a infecção urinária e tomou um antibiótico. No mês seguinte, voltou ao local para refazer os exames e recebeu a notícia de que tudo estava bem. Assim, achou que a questão estava resolvida, mas em março voltou a se sentir muito mal.

“Um dia, senti dor no rim no meio do trabalho e corri para o hospital, mas lá eles trataram como cólica renal. Me colocaram no soro, só que eu vomitava muito”, lembrou ela. “Fiz exames e vimos que minha infecção já tinha se espalhado. Os médicos falam, hoje, que ali eu já não deveria ter ido embora, mas naquele dia me mandaram para casa. Só que, quando cheguei lá, desmaiei e minha mãe chamou o Samu. Minha saturação estava baixa”, relata ela.

A jovem precisou ser internada, mas não havia leito de UTI disponível. Ela foi mantida em uma “salinha” improvisada, até que a vaga surgiu em outro hospital no dia 31 de março.

“Fui entubada e tive duas paradas cardíacas. Fiquei em coma induzido por seis dias e, quando acordei, vi que minhas mãos e pés estavam enfaixados. Os médicos demoraram um pouco para me falar que iam amputar, mas eu já sabia”, lembra a jovem.

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Ela passou pelas cirurgias de amputação dos membros nos dias 18 e 19 de abril. No dia 26 seguinte, teve alta médica e, desde então, tenta se adaptar à nova realidade. Ela decidiu contar sua história nas redes sociais e hoje já acumula mais de 216 mil seguidores no Instagram. É por lá que ela divulga uma “vaquinha” que tem objetivo de arrecadar fundos para que ela possa obter quatro próteses.

Gabrielle conta que faz fisioterapia duas vezes por semana e tem acompanhamento psicológico. Ela comenta que está se preparando para colocar as próteses, mas ainda passa por alguns desafios, já que precisa da ajuda de outros familiares para se deslocar. A mãe, Regina, teve que deixar o trabalho como vendedora para cuidar da filha.

Agravamento do quadro

Também ao jornal “O Globo”, o urologista Daher Chade explicou que embora a infecção urinária seja associada ao seu tipo mais comum, quando acomete apenas a bexiga, a doença pode atingir qualquer órgão que tenha a ver com o sistema urinário. Na maioria das vezes provoca uma cistite, mas, em casos graves, o rim também pode ser infectado, originando uma pielonefrite.

“Na cistite, a bactéria está na bexiga. Quando ela está no rim, pode entrar na corrente sanguínea e se espalhar pelo corpo. Então, é possível evoluir para uma infecção no pulmão, cérebro, coração, enfim. E aí se torna algo muito mais grave, causando uma infecção sistêmica. A pessoa passa a ter pressão baixa e isso faz com que o coração também não aguente se não for tratado de forma rápida”, disse o especialista.

O urologista explicou, ainda, que os quadros de infecção sistêmica, também chamada de sepse, requer medicamentos que ajudem a manter a pressão. Eles reduzem a circulação sanguínea, direcionando o sangue para as principais partes do corpo, que são o cérebro e o coração. Dessa forma, em alguns casos, podem contribuir para necrose de membros.

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