O maquinista Ricardo de Oliveira Dias, de 45 anos, que matou um colega e feriu outro na Estação da Luz, em São Paulo, foi encontrado morto na tarde de quinta-feira (29). Policiais militares encontraram o corpo dele nas proximidades de uma motocicleta às margens da Rodovia Anhanguera, no município de São Simão, no interior paulista.
ANÚNCIO
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), com ele os agentes também apreenderam um revólver. A suspeita é que o maquinista tenha cometido suicídio, mas o caso segue em investigação pela Polícia Civil.
Dias teve o pedido de prisão temporária decretado pela Justiça, mas estava foragido. O pai dele disse em depoimento que, após o crime, o filho ligou para ele dizendo que “tinha feito besteira”, pois era alvo de chacotas e não tinha “aguentado mais”. Durantes buscas realizadas nos endereços do maquinista, os policiais apreenderam milhares de munições de diferentes calibres.
Ele era ex-policial militar, pois pediu exoneração da corporação em 2006, mas não tinha porte de armas. Ele trabalhava como maquinista na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) desde 2010.
Relembre o caso
O caso aconteceu na tarde do último domingo (25), em uma área interna na estação. Uma das vítimas, Marco Antonio da Silva, de 51 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. O outro funcionário, de 53 anos, sofreu ferimentos no pé e está fora de perigo.
Um vídeo divulgado pelo site UOL mostra os momentos logo após o crime, quando era realizado o socorro (veja abaixo).
Em nota, a CPTM lamentou o caso e disse que “acionou a Polícia Militar e vai colaborar com a autoridade policial para elucidar o caso”. Depois, nas redes sociais, a companhia lamentou a “trágica perda de um dos nossos colegas de equipe em um ato de violência chocante”.
ANÚNCIO
“Estamos de luto pela vida que foi tragicamente interrompida e nos solidarizamos com a família, amigos e colegas que estão sofrendo com essa terrível perda. É momento de nos unirmos enquanto enfrentamos essa perda devastadora como uma comunidade. Descanse em paz, nosso querido colega. Você será lembrado com carinho e saudade”, dizia o texto.
Bullying
Conforme testemunhas relataram ao site G1, antes de atirar contra Marco Antônio, o maquinista alegou que sofria bullying e teria dito: “Eu quero ver você tirar sarro”. Na sequência, ele baleou o outro funcionário que sobreviveu ao ataque.
“Os maquinistas estavam em uma sala, quando Ricardo chegou com a arma escondida em uma mochila. Então, ele foi perto do Marco e falou ‘eu quero ver você tirar sarro’ e aí atirou. Os que estavam no local e viram a cena me disseram que foi uma correria e gritaria só. Alguns se esconderam no banheiro e em salas. Foi um desespero”, afirmou um funcionário, que prefere não ser identificado.
“Eu estava trabalhando no dia, mas em outra estação. Foi um susto. O atirador é ex-policial militar e sempre estava armado, e já havia intimidado outro colega no passado. Estão sendo dias difíceis e muitos já apresentavam sinais de depressão, agora deve ficar pior. Por enquanto a empresa não se prontificou a apoiar psicologicamente os colegas da tração”, afirmou outra funcionária.