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Mulher pega 12 anos de prisão por tentar matar namorado com frango envenenado; entenda o caso

Crime ocorreu depois que a vítima questionava a suspeita por causa da morte da filha, em 2019

Crime ocorreu em janeiro de 2021
Juliana dos Santos Silva foi condenada a 12 anos de prisão por tentar matar o namorado com frango envenenado, em São Caetano do Sul, no ABC Paulista (Reprodução/Redes sociais)

A Justiça de São Paulo condenou Juliana dos Santos Silva a 12 anos de prisão pela tentativa de homicídio contra o namorado, Fabrício Marçal, ocorrida em janeiro de 2021. Segundo a acusação, ela colocou veneno no frango e sedativos no refrigerante consumido pela vítima, que foi socorrida com sinais de intoxicação. Depois que teve alta, a mulher ainda colou os cílios do rapaz para impedir que ele abrisse os olhos.

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O julgamento de Juliana foi realizado na quinta-feira (29), em São Caetano do Sul, no ABC Paulista. A defesa dela tentou adiar a sessão anexando novos documentos ao processo, mas o juiz Pedro Corrêa Liao ignorou esse material e manteve a data do júri popular.

Após quase 12 horas, ela foi condenada a 12 anos de reclusão, incialmente em regime fechado, por tentativa de homicídio com motivo torpe, emprego de veneno e sem possibilidade de defesa da vítima.

Em nota enviada ao site G1, o advogado Yuri Felix, que defende a mulher, destacou que ela é inocente. Além disso, afirmou que a tentativa de homicídio sofrida com “guarda conexão com os fatos ocorridos em outubro de 2019, no qual culminou com a fatídica morte da filha [dele] Rebecca”.

Ela sempre negou e disse que elas foram atacadas por vizinho
Namorado desconfiava da participação de mulher na morte da filha, Rebecca, ocorrida em 2019 (Reprodução/Arquivo pessoal/G1)

Morte da criança

Conforme o processo, em 2009, a menina Rebecca, filha de Fabrício, morreu após ser sufocada dentro de casa, enquanto estava sob os cuidados de Juliana. Na época, Antonio Gomes de Souza Sobrinho, que era vizinho da vítima, foi acusado de entrar no imóvel e matar a criança. Testemunhas afirmavam que o autor do crime era amante da mulher.

A participação de Juliana na morte da menina ainda é apurada pela Polícia Civil. No entanto, desde a data do crime, o relacionamento dela com Fabrício ficou estremecido, já que o namorado a questionava se ela tinha tido algum envolvimento na morte da filha dele.

Assim, em janeiro de 2021, Juliana preparou o jantar para o namorado, que passou mal momentos depois e foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Uma perícia realizada na comida, na época, identificou veneno no frango, além de um calmante no refrigerante.

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Após receber o devido atendimento médico e voltar para casa, Fabrício ainda estava sob efeito dos sedativos. Foi quando a mulher pegou uma cola e aplicou nos cílios dele, com o objetivo de impedir que ele abrisse os olhos.

Conforme o site G1, ela pretendia simular que ele tinha sofrido um ataque por parte de uma terceira pessoa. Mais uma vez, a vítima conseguiu pedir socorro e foi levado até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

“O crime foi praticado por motivo torpe consistente no fato de Fabrício realizar questionamentos sobre a morte de sua filha, indicativo de que ele desconfiava da participação de Juliana”, escreveu o juiz na decisão, considerando que houve emprego de veneno e sem chance de defesa da vítima.

Na fase das audiências de instruções do processo, Fabrício prestou depoimento e contou que só lembra que “apagou” depois que consumiu o jantar. Ele reafirmou que sempre suspeitou que Juliana tivesse alguma ligação com a morte da filha e que chegou a presenciar a mulher “estudando” o inquérito policial sobre a morte dela várias vezes.

Juliana sempre negou qualquer envolvimento com o assassinato da menina e alega que ela também foi atacada pelo vizinho. No entanto, a Polícia Civil de São Caetano do Sul segue investigando o caso.

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