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Castigos e humilhações: donos de escola particular são indiciados nove vezes por tortura, em SP

Vídeos e dezenas de denúncias apontaram situações vexatórias praticadas por casal, que está preso

Justiça decretou prisão dos donos
Vídeo mostrou garoto amarrado a poste pela blusa em escola particular, na Zona Sul de SP (Reprodução/Twitter)

Os donos da escola Pequiá, na Zona Sul de São Paulo, foram indiciados nove vezes pelo crime de tortura. Eles estão presos depois que pais de alunos e professores denunciaram uma série de castigos e humilhações que eram praticados pela dupla. Em um vídeo, um menino apareceu amarrado pela blusa a um poste.

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A polícia diz que Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira fizeram pelo menos nove vítimas e, por isso, foram indiciados nove vezes por tortura. Eles prestaram depoimento na tarde de terça-feira (4) no 6º Distrito Policial do Cambuci.

De acordo com o delegado do caso Fábio Daré, além das imagens que mostravam situações vexatórias, os relatos das vítimas foram determinantes para a investigação. Pelo menos 12 pessoas já prestaram depoimento. “Isso me levou a crer que houve um crime de tortura naquela escola”, afirmou ele.

Assim, a Justiça acatou o pedido de prisão temporária do casal por 30 dias e também de busca e apreensão em seus endereços.

No último domingo (2), a advogada Sandra Pinheiro de Freitas, que defende o casal, negou em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, que Eduardo tenha amarrado o menino ao poste e destacou que antes de acusá-los “é preciso entender que toda a situação não se fecha num único ato. Ela tem que ter todo um contexto em volta daquela situação”. Ela disse ainda que os donos da escola afirmam que não se tratam de “atitudes deles”.

Já a Secretaria Estadual da Educação informou que abriu um processo administrativo diante das denúncias recebidas.

Relembre o caso

As denúncias começaram depois que uma professora conseguiu esconder um celular e gravar o momento em que o menino foi amarrado em um poste, por meio das mangas da blusa (veja abaixo). Depois de fazer a filmagem, ela procurou a delegacia e registrou um boletim de ocorrência.

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A docente disse que os casos de humilhação contra os estudantes eram constantes na escola, como forma de castigo quando eles não se comportavam. Segundo ela, eram os donos quem aplicavam essas punições.

Uma ex-professora também disse, em entrevista ao programa “Bora Brasil”, da Band, que trabalhou na unidade por dois anos. A mulher, que não quer ser identificada, relatou que presenciou uma série de abusos praticados pelos donos, entre eles deixar os alunos sem comer, trancá-los no banheiro e até bater nas crianças. “Chega nem a ser ruim, são perversos mesmo. Eles gostavam, eles tinham o prazer de judiar das crianças”, disse.

Ao “Fantástico”, Anny Garcia Junqueira, que é ex-funcionária da escola, também contou que presenciou várias cenas de humilhação praticadas pelos donos como castigo às crianças. Sobre o episódio do garoto amarrado ao poste, ela disse que foi Eduardo quem aplicou a punição.

“Eu lembro de ser final do dia, de todas as crianças estarem brincando no pátio descoberto e o Eduardo falou assim: ‘Se você ficar correndo, vai ficar de castigo’. E prendeu ele no poste”, contou Anny.

A ex-funcionária também falou sobre outros episódios que presenciou, como quando os donos teriam colocado um aluno para fazer as necessidades em uma caixa com areia de gato, na frente dos demais estudantes. “Chegaram a deixar ele sentado em cima de um ralo”, disse ela.

A jovem também afirmou que, atualmente, as punições estavam cada vez mais frequentes, o que a levou a pedir demissão. “Estava muito agressivo. Eles pegavam a colher e forçavam a criança a comer, mesmo ela estando com ânsia”, revelou ela.

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