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MP abre inquérito sobre caso de criança colocada dentro de ‘jaula’ em escola, no interior de SP

Vídeo que circulou nas redes sociais mostrou aluno sendo 'castigado' por mau comportamento

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou um inquérito sobre o caso de uma criança de 2 anos que foi colocada dentro de uma área cercada de telas, uma espécie de “jaula”, em um centro de Educação Infantil de Sorocaba, no interior paulista. Um vídeo gravado por uma testemunha mostrou o aluno sozinho, sob o sol, chorando e chamando pela mãe (assista abaixo).

O vídeo foi gravado no último dia 25 de maio por uma vizinha da creche, que fica no bairro Santa Rosália. A mulher disse em depoimento que decidiu gravar as imagens, depois que percebeu que a criança foi mantida no cercado por mais de uma hora.

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Assim, o Conselho Tutelar de Sorocaba acionou o MP-SP, que instaurou uma apuração sobre o caso. Durante uma vistoria no local, foi constatada a ausência dos profissionais da direção escolar e da coordenação. Na ocasião, conselheira tutelar foi informada que só havia professor no período da tarde e que, naquele período, as crianças eram cuidadas por auxiliares de educação.

Dessa forma, o MP-SP deu um prazo de cinco dias, a partir de quarta-feira (5), para que a Secretaria de Educação de Sorocaba esclareça a falta de profissionais e também o “castigo” aplicado ao aluno colocado na “jaula”.

“Pela apuração prévia, constatou-se que, no momento que a criança foi trancada na grade no cercado como conduta educacional, a fim de corrigir-lhe o comportamento, não havia professor, nem coordenador, nem diretor na unidade escolar, mas apenas auxiliares, que, evidentemente, tem função de auxiliar alguém, no caso o professor da classe, mas não de se responsabilizar pelo método educacional da turma”, destacou a promotora Cristina Palma no documento que instaurou o inquérito.

A prefeitura, por sua vez, informou que a Corregedoria Municipal realiza uma sindicância para investigar o caso, assim como representantes do Conselho Tutelar apuram o que aconteceu.

Depois da repercussão do caso, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) divulgou uma nota de repúdio e determinou o afastamento da funcionária que estava na escola até que as investigações sejam concluídas.

Traumas

A mãe da criança disse que só ficou sabendo do caso dias depois pela vizinha que testemunhou tudo. Segundo ela, o filho mudou o comportamento e passou a ser mais inquieto e agressivo. Passou também a acordar durante a noite falando que a “escola bateu”.

“Todas as medidas respeitantes ao caso já estão sendo tomadas para evitar que outras crianças também possam passar pelo mesmo tipo de situação constrangedora e infeliz”, disse o advogado Rodrigo Rollo, que representa a família do menino.

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