A família da jovem de 22 anos que foi estuprada após ser deixada desacordada em uma rua, em Belo Horizonte, em Minas Gerais, diz que está “pasma” com a situação. Os parentes participaram do programa “Encontro”, da TV Globo, na manhã desta terça-feira (1º), e questionaram a atitude do motorista de aplicativo, que mesmo notando que a garota estava inconsciente, a deixou sozinha. Um pedestre que passava pelo local levou a vítima a um campo de futebol e a violentou. Ele foi identificado e preso.
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“Minha irmã foi jogada ali como um saco de lixo”, disse Kelly em entrevista à Patrícia Poeta. Ela também reclamou do fato do condutor não ter feito mais barulho para tentar acordar alguém da vizinhança ou mesmo acionado a polícia em vez de deixá-la sozinha na rua.
“Nós vamos ter que catar os cacos da minha irmã para conseguir colocar ela de pé de novo. Minha família está destruída, completamente desestruturada”, lamentou Kelly.
Em nota, a empresa “99″, responsável pelo aplicativo de transporte, disse que “lamenta o ocorrido após a conclusão da corrida” e que “fez o bloqueio preventivo do motorista”, que não teve a identidade revelada.
A plataforma também afirmou que “aguarda que a polícia esclareça fatos e responsabilidades, estando à disposição para colaborar com a investigação”.
Entenda o caso
Segundo Diego, cunhado da jovem, ela não costumava fazer o consumo de bebidas alcóolicas, pois se alimentava por sonda, já que sofria de acalasia no esôfago, doença rara que dificulta a entrada de alimentos no estômago. No entanto, ao participar do show do cantor Thiaguinho realizado no último sábado (29), no Mineirão, com amigos e colegas de trabalho, ela acabou bebendo.
Assim, na hora da volta, já na madrugada de domingo (30), um amigo chamou um carro de aplicativo usando o celular dela e compartilhou o trajeto da viagem com o irmão da mulher, que estava em casa. O rapaz, no entanto, não ouviu os chamados do condutor, pois, segundo a família, sofre de asma e tinha feito o uso de antialérgicos, que causam muito sono.
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Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que o motorista de app chegou a tocar a campainha da casa e aguardou por cerca de 10 minutos. No entanto, como ninguém respondeu, ele deixou a jovem na rua, desacordada, e foi embora. Depois disso, um pedestre que passava no local pegou a vítima no colo e a levou até um campo de futebol, onde a estuprou.
A vítima só acordou na manhã de domingo, quando os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegaram ao local onde ela havia sido deixada. A jovem estava coberta por um pano, com a calça e a calcinha abaixada até o joelho. Ela disse aos socorristas que não se lembrava de nada.
“O Samu foi até o local, viu que ela estava com a calça arreada até o joelho, desacordada. Acordaram minha irmã, atordoada, seminua, e ela pediu pra levar em casa. [...] Eles falaram que não podiam fazer isso, só levar no hospital”, narrou a irmã da vítima, que detalhou que durante o atendimento médico, foi comprovado o estupro.
Prisão do suspeito
Os parentes da jovem passaram a procurar por imagens de câmeras de segurança do bairro para tentar descobrir o que tinha acontecido com a jovem. E encontraram os vídeos que mostraram ela sendo deixada e depois sendo carregada pelo suspeito de estupro.
O homem, identificado como Weberson Carvalho da Silva, de 47 anos, mora no bairro e foi preso. À polícia, ele negou que tenha estuprado a vítima e disse que a levou até o campo de futebol “por ser mais seguro”.
Ele deverá passar por uma audiência de custódia hoje. A defesa dele não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
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